Consumidores que vão negociar o aluguel em agosto devem preparar o bolso: o indicador mais usado para os reajustes dos contratos, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), disparou. Os valores serão corrigidos em 6,67%, devido, principalmente, ao resultado de julho, quando a inflação computou alta de 1,34%, mais que o dobro do observado no mês anterior (0,66%). Na ponta do lápis, um contrato de R$ 1 mil terá, no mínimo, aumento de R$ 66,70. A tendência é de, até o fim do ano, o indicador girar em torno dos 7% no acumulado de 12 meses. A culpa por esse peso a mais no bolso dos brasileiros estão na crise internacional e em problemas climáticos, sobretudo nos Estados Unidos. São fatos que podem até passar desapercebidos no cotidiano das famílias, mas que afetam diretamente o custo da moradia no país. Isso porque os preços usados para a formação do IGP-M subiram muito, a exemplo dos grãos. Segundo os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Brasil, em julho, a soja encareceu 14,89%; o milho, 6,74%; e o café, 2,36%. Todas essas altas pressionaram a inflação para cima e devem continuar exercendo pressão pelo menos até o fim do ano. "A tendência, daqui para frente, é que os produtos agrícolas continuem acelerando", observou Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Na avaliação dele, o aumento do preço do diesel, assim como dos alimentos, deve afetar a inflação. "A soja e o milho tendem a manter a trajetória de aceleração, refletindo tanto um choque doméstico de oferta, por condições climáticas desfavoráveis, quanto um choque externo de demanda, com a quebra da safra de grãos nos Estados Unidos", argumentou Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora. Taxa de juros Apesar dessa alta nos preços, a estratégia do Banco Central de continuar a cortar juros, na avaliação de especialistas, deve ser mantida. Para os economistas, a elevação do custo de vida é apenas momentânea e o indicador oficial de inflação deve terminar o ano próximo dos 5%, sem risco para o objetivo do governo. Ou seja, um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao redor de 4,5% ao fim de 2012. "Isso não deve alterar o movimento de política monetária", ponderou Felipe Queiroz, economista da Consultoria Austin Rating. A maior parte do mercado acredita, inclusive, que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 21 e 22 de agosto, o BC deve derrubar a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,5 ponto percentual, para 7,50% ao ano. Alguns analistas, depois da última ata do Copom, passaram a ponderar que, após o encontro do próximo mês, a autoridade monetária tem ainda espaço para pelo menos mais uma queda de 0,25 ponto percentual. A expectativa é de que o BC coloque suas fichas no "viés desinflacionário" da economia internacional, que, em ritmo lento, tem causado reduções de preços importantes. Dia de recorde As cotações dos grãos voltaram a subir com força, ontem, na Bolsa de Chicago, o principal pregão de commodities (produtos básicos com cotação internacional) do mundo. Diante de previsões meteorológicas que anunciam calor e tempo seco em regiões já afetadas por uma das piores secas dos últimos 25 anos nos Estados Unidos, os preços do milho bateram novo recorde para essa época do ano. O alqueire do produto com entrega em dezembro chegou a US$ 8,17 ao longo das negociações e fechou o dia a US$ 8,14. "Uma vez cruzado o nível dos US$ 8, o mercado não vê razão para apostar na queda do milho", disse Paul Georgy, diretor da Corretora Allendale.
Consumidores que vão negociar o aluguel em agosto devem preparar o bolso: o indicador mais usado para os reajustes dos contratos, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), disparou. Os valores serão corrigidos em 6,67%, devido, principalmente, ao resultado de julho, quando a inflação computou alta de 1,34%, mais que o dobro do observado no mês anterior (0,66%). Na ponta do lápis, um contrato de R$ 1 mil terá, no mínimo, aumento de R$ 66,70. A tendência é de, até o fim do ano, o indicador girar em torno dos 7% no acumulado de 12 meses.
A culpa por esse peso a mais no bolso dos brasileiros estão na crise internacional e em problemas climáticos, sobretudo nos Estados Unidos. São fatos que podem até passar desapercebidos no cotidiano das famílias, mas que afetam diretamente o custo da moradia no país. Isso porque os preços usados para a formação do IGP-M subiram muito, a exemplo dos grãos. Segundo os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Brasil, em julho, a soja encareceu 14,89%; o milho, 6,74%; e o café, 2,36%. Todas essas altas pressionaram a inflação para cima e devem continuar exercendo pressão pelo menos até o fim do ano.
"A tendência, daqui para frente, é que os produtos agrícolas continuem acelerando", observou Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Na avaliação dele, o aumento do preço do diesel, assim como dos alimentos, deve afetar a inflação. "A soja e o milho tendem a manter a trajetória de aceleração, refletindo tanto um choque doméstico de oferta, por condições climáticas desfavoráveis, quanto um choque externo de demanda, com a quebra da safra de grãos nos Estados Unidos", argumentou Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora.
Taxa de juros
Apesar dessa alta nos preços, a estratégia do Banco Central de continuar a cortar juros, na avaliação de especialistas, deve ser mantida. Para os economistas, a elevação do custo de vida é apenas momentânea e o indicador oficial de inflação deve terminar o ano próximo dos 5%, sem risco para o objetivo do governo. Ou seja, um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao redor de 4,5% ao fim de 2012. "Isso não deve alterar o movimento de
política monetária", ponderou
Felipe Queiroz, economista da Consultoria Austin Rating.
A maior parte do mercado acredita, inclusive, que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 21 e 22 de agosto, o BC deve derrubar a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,5 ponto percentual, para 7,50% ao ano. Alguns analistas, depois da última ata do Copom, passaram a ponderar que, após o encontro do próximo mês, a autoridade monetária tem ainda espaço para pelo menos mais uma queda de 0,25 ponto percentual. A expectativa é de que o BC coloque suas fichas no "viés desinflacionário" da economia internacional, que, em ritmo lento, tem causado reduções de preços importantes.
Dia de recorde
As cotações dos grãos voltaram a subir com força, ontem, na Bolsa de Chicago, o principal pregão de commodities (produtos básicos com cotação internacional) do mundo. Diante de previsões meteorológicas que anunciam calor e tempo seco em regiões já afetadas por uma das piores secas dos últimos 25 anos nos Estados Unidos, os preços do milho bateram novo recorde para essa época do ano. O alqueire do produto com entrega em dezembro chegou a US$ 8,17 ao longo das negociações e fechou o dia a US$ 8,14. "Uma vez cruzado o nível dos US$ 8, o mercado não vê razão para apostar na queda do milho", disse Paul Georgy, diretor da Corretora Allendale.
FONTE: Correio Braziliense