Volume elevado da operação de salvamento na Europa reacende as dúvidas sobre a saúde do setor financeiro do continente. Depois de um início de sessão em que reagiram favoravelmente ao inédito pacote de ajuda de quase meio trilhão de euros do Banco Central Europeu ao sistema financeiro, as bolsas de valores europeias inverteram a tendência e acabaram fechando em baixa.
Volume elevado da operação de salvamento na Europa reacende as dúvidas sobre a saúde do setor financeiro do continente
Depois de um início de sessão em que reagiram favoravelmente ao inédito pacote de ajuda de quase meio trilhão de euros do Banco Central Europeu ao sistema financeiro, as bolsas de valores europeias inverteram a tendência e acabaram fechando em baixa.
A participação de um grande número de bancos na operação deixou os investidores preocupados com as necessidades de financiamento dessas instituições e levantou dúvidas sobre se elas usariam o dinheiro para comprar bônus da dívida dos chamados países periférica da Zona do Euro, o que poderia aumentar seus prejuízos.
O índice FTSEurofirst 300, que mede a oscilação das principais ações europeias, fechou em queda de 0,54%. Segundo alguns operadores, a forte demanda por empréstimos, que superou amplamente os 310 bilhões previstos, destacou a pressão a que os banco estão submetidos, tornando improvável que eles usem o dinheiro para adquirir mais papéis de risco da região.
"O elevado montante de financiamento levanta sérias questões sobre a estabilidade do setor bancário" disse o diretor de vendas da Capital Spreads, Angus Campbell. "Se as economias da Espanha e da Itália não crescerem no ano que vem, os bancos europeus ficarão em um buraco maior do que estavam antes", assinalou.
Com a incerteza, os mercados europeus se enfraqueceram, tendo sido registradas baixas em Londres (0,55%), Frankfurt (0,95%), Paris (0,82%), Milão (0,97%), Madri (0,9%)e Lisboa (1,33%).
Os mercados também foram influenciados de forma negativa pelo aumento dos juros pagos pela Espanha e pela Itália , interrompendo uma tendência de oito sessões de queda. O rendimento dos bônus italianos subiu 1,3 ponto percentual, chegando a 6,76% ao ano. Já os espanhóis pagaram 5,29%, com alta de 1 ponto.
Seguindo o comportamento da Europa, a Bolsa de Valores de São Paulo recuou 0,37%. No mercado de câmbio, o dólar mostrou tendência oposta e fechou em R$ 1,8591, com alta de 0,72%. Nos Estados Unidos, porém, os investidores mantiveram certo otimismo.
Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,03%, ignorando o alerta da agência de classificação de risco Fitch, para a qual a dívida pública elevada e crescente dos Estados Unidos não é consistente com a manutenção da nota "AAA" do país. A Fitch afirmou, no entanto, que não tomará nenhuma decisão a respeito do rating antes de 2013.
O indicador das empresas de tecnologia, o Nasdaq, teve baixa de 0,99%, refletindo principalmente os resultados da companhia norte-americana Oracle, que ficaram abaixo da expectativa dos investidores.
Espanha ameaçada
A agência de classificação Fitch Ratings ameaçou ontem rebaixar as notas de crédito de longo prazo de 14 regiões e províncias espanholas, incluindo as cidades de Madri e Barcelona e a região da Andaluzia. A Fitch colocou em "vigilância negativa" as notas dessas 14 regiões, que estão classificadas entre "AA+" e "A+", indicando que existe uma "probabilidade elevada" de redução a curto prazo.
Quanto mais baixa a nota de uma entidade, mais dificuldades ela encontra para obter financiamento nos mercados. O anúncio foi feito depois de a agência ter colocado sob vigilância negativa as notas de seis países da Zona do Euro, entre eles a própria Espanha, atualmente classificada em "AA-".
FONTE: Correio Braziliense