Numa mostra do forte desaquecimento no país, levantamento semanal feito pelo Banco Central com cerca de 100 analistas projetou a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) neste ano em 2,97%, abaixo da barreira psicológica dos 3% pela primeira vez.
Numa mostra do forte desaquecimento no país, levantamento semanal feito pelo Banco Central com cerca de 100 analistas projetou a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) neste ano em 2,97%, abaixo da barreira psicológica dos 3% pela primeira vez.
O próprio BC começou a reavaliar o cenário. Ontem, o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton Araújo, admitiu que o crescimento deve se limitar a algo em torno de 3%.
Para o Palácio do Planalto, esse é um freio muito maior que o desejado.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) também fez seus cálculos.
Em relatório divulgado ontem, mostrou que o Brasil amargou a segunda maior desaceleração entre 34 países observados até outubro. Rossano Oltramari, analista-chefe da corretora XP Investimento, considera o freio necessário para a economia.
"Depois de crescermos 7,5% em 2010, o Brasil, no início deste ano, sofreu pressões inflacionárias assustadoras e o BC teve de dar um choquezinho na economia", observou.
A agência de classificação de risco Fitch compartilha da visão. Para ela, o país vai crescer apenas 2,8%, número que é projetado também pelo Itaú Unibanco. Para 2012, o mercado aposta em uma expansão de 3,40% para o PIB — há uma semana, essa estimativa estava em 3,48%.
Na avaliação dos especialistas, o BC vai intensificar os cortes na taxa básica de juros. Agora, eles esperam que a Selic termine o ano que vem em 9,50% anuais.
"Para o Brasil chegar a uma expansão de 4,5%, que seria o potencial do país, o governo precisaria soltar ainda mais a política monetária (cortar juros).
O que tem sido feito até agora permite apenas esse nível ao redor de 3,5% em 2012", argumentou Homero Guizzo, economista da LCA Consultoria. (VM)
Encomendada
Carlos Hamilton Araújo, diretor de Política Econômica do Banco Central, disse ontem em São Paulo que a desaceleração da economia foi encomendada pelo governo com as medidas macroprudenciais adotadas no fim de 2010 e com os aumentos na taxa básica de juros (Selic) até julho.
Segundo ele, diferentemente de 2008, desta vez a atividade econômica está dentro do desejado.
FONTE: Correio Braziliense