Pagar à vista com desconto é o melhor negócio. No crediário, os custos embutidos são altos. Quem tem dinheiro na mão deve ficar atento para aproveitar as vantagens que o comércio oferece aos clientes.
Pagar à vista com desconto é o melhor negócio. No crediário, os custos embutidos são altos
Quem tem dinheiro na mão deve ficar atento para aproveitar as vantagens que o comércio oferece aos clientes.
Algumas lojas estão dispostas a negociar descontos de até 10% nas compras à vista ou pagamento em até 12 parcelas no cartão de crédito ou no carnê.
Os especialistas lembram, porém, que as facilidades devem ser encaradas com cuidado para que o consumidor não caia na armadilha dos juros embutidos nas compras parceladas.
Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da consultoria de risco de crédito Serasa Experian, explica que, tanto nas compras à vista, quanto no cartão de crédito ou via empréstimos em financeiras, o consumidor deve ficar atento para não extrapolar e comprometer todo o seu salário.
O maior perigo, destaca, está nas compras parceladas. "O consumidor, muitas vezes, se esquece dos encargos cobrados pelos estabelecimentos. Se não calcular direito, perde até o desconto de possíveis abatimentos de impostos dados pelo governo para alguns produtos, casos de eletrodomésticos da linha branca. Na ponta do lápis, os juros anulam todo o benefício", alerta Almeida.
Antes mesmo de comprar os presentes de Natal, o motorista Alessandro Oliveira, 35 anos, foi pego de surpresa. Seu celular foi roubado e teve que comprar outro.
O preço à vista era de R$ 129, mas ele recorreu ao parcelamento em duas vezes de R$ 70 com o cartão de crédito. A alternativa lhe rendeu uma fatura mais salgada. "Sei que a quantia é pouca, mas não tive opção. Vou pagar R$ 140, no total, por conta dos juros", lamenta.
Os encargos cobrados são astronômicos, 18,6% por um mês. A conta é a seguinte: em vez de R$ 129 no ato, ele vai pagar R$ 70 (primeira parcela).
Logo, ficariam faltando R$ 59 em relação ao preço à vista, que foi financiado pela loja por R$ 70 (segunda e última parcela), R$ 11 a mais .
O músico Marcus Vinícius Oliveira Lemos, 23 anos, fez as contas e juntou, durante três meses, a quantia de R$ 2 mil para os móveis da casa nova.
Com isso, garantiu um desconto de 10% no valor da compra. "Fiquei satisfeito, pois, com o dinheiro que sobrou posso comprar outros produtos", diz. Para a noiva de Lemos, Rute Campos, 24 anos, pagar tudo à vista foi a melhor decisão.
"Os juros, geralmente, são muito altos e o valor pago no fim corresponde a três produtos do mesmo modelo", afirma.
FONTE: Correio Braziliense