Dólar dispara e crava R$ 1,81 com ceticismo sobre UE

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O ceticismo dos investidores foi restaurado pela reafirmação do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que a instituição não fará compras ilimitadas de títulos públicos e que não desrespeitará o tratado que o impede de emprestar recursos aos países do bloco.

O dólar no mercado doméstico retomou a marca de R$ 1,81 com firme aumento dos negócios no segmento futuro.

O ceticismo dos investidores foi restaurado pela reafirmação do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que a instituição não fará compras ilimitadas de títulos públicos e que não desrespeitará o tratado que o impede de emprestar recursos aos países do bloco.

Os comentários de Draghi soterraram o efeito positivo das decisões do BCE de baixar a taxa de juros e adotar medidas para ampliar a liquidez no sistema bancário.

Os investidores ficaram descrentes de uma ação concreta para evitar um colapso na zona do euro na reunião de cúpula da União Europeia, que começou ontem à noite em Bruxelas e prossegue nesta sexta-feira.

O que estava ruim ficou ainda pior à tarde com a divulgação dos resultados dos testes de estresse nos bancos europeus, mostrando que eles vão precisar levantar € 114,685 bilhões para cumprir os novos níveis regulatórios de capital da região, acima do estimado anteriormente (€ 106,4 bilhões).

As perdas nas bolsas e nas commodities se aceleraram, empurrando os investidores para a segurança dos títulos do governo norte-americano, cujos preços subiram, com consequente queda das taxas, e para o dólar, que disparou.

A moeda norte-americana subiu 1,40%, a R$ 1,8160 no balcão. No mercado futuro, o dólar para janeiro de 2012 valorizou-se 1,27%, cotado a R$ 1,8335, em meio a um volume financeiro elevado.

A deterioração no ambiente internacional arrastou a bolsa brasileira para uma queda de 2,06%, aos 57.455,02 pontos.

Em Nova York, as bolsas aceleraram o sinal negativo na reta final, reagindo a notícias de que a Alemanha teria rejeitado o rascunho de proposta da UE que previa a combinação de dois fundos de resgate, pacto fiscal e ajuda de países europeus ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Dow Jones caiu 1,62%; o S&P 500 recuou 2,11% e o Nasdaq, 1,99%.

No mercado de juros futuros, a agenda doméstica cheia, com ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e IPCA de novembro, fez preço, mas foi contrabalançada pelo noticiário externo tenso.

A inflação oficial com alta de 0,52% no mês passado, um pouco acima do consenso do mercado, jogou as taxas para cima logo na abertura, com o documento do BC apenas como coadjuvante, ao reforçar a ideia de que o afrouxamento monetário seguirá trajetória gradual.

As taxas curtas e intermediárias subiram e as longas devolveram os ganhos.

 

FONTE: O Estado de S. Paulo

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