BC baixa juros para 11%

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Sem surpresas, Comitê de Política Monetária corta a Selic em 0,5 ponto percentual. Dilma Rousseff comemora. O Banco Central, comandado por Alexandre Tombini, seguiu à risca o que propagou nos últimos dias: cortou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 11% ao ano.

Sem surpresas, Comitê de Política Monetária corta a Selic em 0,5 ponto percentual. Dilma Rousseff comemora

O Banco Central, comandado por Alexandre Tombini, seguiu à risca o que propagou nos últimos dias: cortou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 11% ao ano.

Foi a terceira baixa seguida do indicador, usado pelo governo para estimular o crescimento econômico, que perde força a uma velocidade preocupante. No terceiro trimestre do ano, a atividade ficou praticamente estagnada.

Entre outubro e dezembro, espera-se um resultado bem fraco, o que poderá comprometer o resultado de 2012, quando a crise mundial atingirá o seu ápice. O BC optou pelo gradualismo para guardar munição no caso de o caos se instalar no mundo, como antevê.

A explicação do Comitê de Política Monetária (Copom) para a queda de 0,5 ponto da Selic foi praticamente a mesma do comunicado anterior. "O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012."

Não foi surpresa para ninguém. Economistas e analistas que acompanham o dia a dia das ações do BC já esperavam por isso. "Os recados do Tombini foram claros", disse o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos. Para Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, a comunicação do BC foi eficiente.

O Palácio do Planalto comemorou. Mesmo torcendo para uma ousadia maior do Copom, a presidente Dilma Rousseff disse a assessores que o BC de Tombini está no caminho certo: vem dando estímulos à economia sem colocar em risco o controle da inflação.

A perspectiva da presidente é de que a Selic chegue a 9% no fim do primeiro semestre de 2012."A continuidade do corte dos juros encontra respaldo, principalmente, no agravamento da crise de dívida na Europa e nos sinais de desaquecimento da economia global e doméstica", assinalou o economista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.

No seu entender, desde a última reunião do Copom, em outubro, houve significativo agravamento da crise de dívida na Zona do Euro. Tanto que, ontem, seis dos principais bancos centrais do mundo agiram em conjunto para tentar conter o derretimento do euro e evitar uma quebradeira de bancos.

"Claramente, a crise vem tomando dimensão sistêmica", avaliou. E os seus efeitos já se fazem sentir no Brasil, como lembrou Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora. "A atividade enfraqueceu, o crédito ficou mais restrito e o mercado de trabalho desacelerou", listou.

Queixas e críticas

Se, neste ano, o BC conseguiu fazer o mercado convergir para a taxa de juros esperada, também está mais distante a possibilidade de a inflação estourar o teto da meta, de 6,5%. Para 2012, no entanto, o mercado duvida — e muito — se o Copom realmente conseguirá levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%.

O Santander, por exemplo, revisou para baixo a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 6,0% para 5,5%. O banco espanhol atribuiu a queda à mudança no cálculo do indicador.

As maiores alterações foram registradas nos pesos dos gastos  pessoais, com educação e alimentos. "A queda das despesas pessoais foi uma surpresa para nós e, por isso, estamos revisando para baixo a previsão do IPCA", disse Maurício Molan, economista-chefe do banco.

Para Jankiel Santos, a inflação do ano que vem também ficará em 5,5%. Já o Banco ABC Brasil aposta em uma taxa de 5,20%. "Não vemos um impacto tão forte da crise externa na inflação, como diz o BC", alegou o economista do Espírito Santo Investment Bank.

As apostas para a taxa Selic em 2012 variam entre 9% e 10% ao ano, números que, para a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e, aos olhos dos sindicatos de trabalhadores, ainda são elevados em relação ao mundo atual. Ambos consideraram tímido o corte de 0,5 ponto nos juros anunciado ontem.

" A situação é grave e não há pressão inflacionária. O Copom deveria ter feito um corte mais agressivo para afastar de vez o risco de redução da produção e do emprego", ressaltou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Caixa reduz encargos

A Caixa Econômica Federal baixou as taxas de juros das suas linhas de empréstimo para consumidores e empresas. Segundo a instituição controlada pelo governo, os encargos serão reduzidos em até um ponto percentual ao ano às pessoas físicas e em até 0,6 ponto ao ano ao setor produtivo.

Entre as linhas que custarão menos estão o crédito pessoal e o empréstimo consignado, ambas com diminuição de 0,5 ponto anual.

"Não vemos um impacto tão forte da crise externa na inflação" Jankiel Santos, economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank

 

FONTE: Correio Braziliense

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