Bolsas caem e dólar sobe

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As turbulências que abalam a Itália tiveram fortes reflexos no mercado financeiro ontem. Os principais pregões registraram queda. Em Frankfurt, as perdas foram de 2,21%; em Paris, de 2,17%. Madri encolheu 2,09% e Londres perdeu 1,92%

Turbulências na Itália causam estragos mundo afora. No Brasil, a Bovespa encolhe 2,5% e a moeda norte-americana vai a R$ 1,776

As turbulências que abalam a Itália tiveram fortes reflexos no mercado financeiro ontem. Os principais pregões registraram queda. Em Frankfurt, as perdas foram de 2,21%; em Paris, de 2,17%. Madri encolheu 2,09% e Londres perdeu 1,92%.

A Bolsa de Milão, no centro da crise, sofreu mais: despencou 3,78%. A crise envolvendo as incertezas em torno da capacidade de o governo italiano honrar sua dívida atingiu também a Bolsa de Nova York, que caiu 2,96%, e a de São Paulo, com queda de 2,5%, aos 57.549 pontos. Em contrapartida, o dólar subiu forte, alta de 2,08%, fechando o dia cotado a R$ 1,776.

A preocupação com a crise na Zona do Euro levou os investidores a acompanhar a forte queda das bolsas e o aumento da aversão a risco em todo o planeta. Durante o dia, operadores no Brasil apontaram a crise europeia como motivo para a subida do dólar.

Os investidores estão preocupados com a possibilidade de que a Itália siga o caminho da Grécia, de Portugal e da Irlanda, cujas dívidas se tornaram insustentáveis e precisaram de ajuda para evitar um calote.

Experiência

O problema é que a dívida da Itália é considerada grande demais em comparação com os instrumentos de ajuda atuais, e um colapso na terceira maior economia da Zona do Euro poderia colocar a própria união monetária em risco.

O juro dos títulos italianos de 10 anos superou ontem o patamar de 7%, considerado insustentável, mesmo após a intervenção do Banco Central Europeu (BCE). De acordo com o Banco Barclays, a Itália já pode ter passado do ponto de não retorno. "A experiência sugere que a dinâmica negativa do mercado, que ameaça o país, é muito difícil de ser quebrada", disse.

Apesar do aumento da volatilidade e dos volumes um pouco menores no mercado brasileiro, a liquidez ainda está preservada, afirmou o diretor de Operações com Derivativos de uma corretora em São Paulo. "Ninguém está deixando de fazer negócios por causa de liquidez, pelo menos não ouvi nada nesse sentido", disse.

Outro operador afirmou que a taxa de câmbio pode alcançar R$ 1,80 até sexta-feira. "E pode até chegar a R$ 1,85 se a coisa engrossar lá fora", alertou.

 

FONTE: Correio Braziliense

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