Dívidas podem acabar com a Unimed Brasília

Tamanho da Letra:

Para evitar que os clientes fiquem sem atendimento médico, a ANS determinou a transferência dos 18 mil segurados para outras operadoras. A direção da empresa diz ser vítima de uma decisão arbitrária. Entidade supervisora determina à empresa em Brasília que repasse a carteira de 18 mil clientes a outra prestadora

Para evitar que os clientes fiquem sem atendimento médico, a ANS determinou a transferência dos 18 mil segurados para outras operadoras. A direção da empresa diz ser vítima de uma decisão arbitrária

Entidade supervisora determina à empresa em Brasília que repasse a carteira de 18 mil clientes a outra prestadora

A Unimed Brasília levou um duro golpe. Após conclusão de processo administrativo, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou a transferência dos cerca de 18 mil usuários do plano de saúde na capital federal — muitos deles servidores públicos — para outra empresa.

De acordo com a resolução operacional nº 1.095, publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira, a alienação da carteira de clientes deve ocorrer em até 30 dias. A direção da Unimed alega ser vítima de "decisão arbitrária" e informou que vai recorrer da decisão.

No artigo primeiro da resolução, a ANS justifica a medida "considerando as anormalidades econômico financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento à saúde".

Em janeiro deste ano, segundo a agência, a Unimed Brasília acumulava capital circulante líquido negativo de R$ 94 milhões e insuficiência de recursos próprios na ordem de R$ 82 milhões. "A empresa não conseguiu se reerguer e nem foi vislumbrada essa possibilidade. Pelo contrário, a situação estava só piorando", comentou o diretor adjunto de Normas e Habilitação da ANS, Leandro Fonseca.

A situação financeira da Unimed em Brasília se agravou no ano passado. O integrante da agência responsável por acompanhar as contas da empresa verificou incapacidade de mudança de cenário. "Nitidamente, houve problema de gestão.

É impressionante como uma operadora com carteira de clientes tão significativa, em uma cidade dona da maior renda per capita do país, tenha deixado a situação chegar a esse ponto", completou Fonseca.

Segundo ele, a partir do momento em que as dificuldades financeiras ficaram constatadas, a venda da carteira de clientes virou uma "tendência natural", para se evitar que tanta gente seja deixada na mão de uma hora para outra.

Sempre que alguma operadora apresenta problemas do ponto de vista econômico-financeiro, a ANS interfere para garantir a assistência dos segurados.

A alienação não significa o encerramento das atividades da Unimed na capital do país. Se a empresa não obtiver êxito na Justiça e a transferência de clientes para outra operadora for mantida, o próximo passo será verificar se há dívidas com a rede prestadora de serviços (clínicas e hospitais).

Em caso de pendências, ocorrerá a liquidação extrajudicial da empresa. Sem dívidas, o cancelamento do registro será imediato e a operadora deixará de atuar no mercado.

Por enquanto, a Unimed é obrigada a manter o atendimento de seus milhares de usuários. Ao saber pelo Correio que a empresa acionará a Justiça na tentativa de reverter a decisão, Fonseca reforçou que "motivos bastante fortes" levaram a ANS a publicar a resolução operacional nº 1.095.

"De forma alguma há interesse da agência em perseguir determinada gestão ou operadora. Fazemos o nosso trabalho com base em dados", disse. "O nosso maior interesse neste momento é preservar a assistência do beneficiário", completou.

Caso haja alguma recusa no atendimento em clínicas e hospitais, o usuário deve denunciar à ANS pelo telefone 0800 701 9656, e a Unimed poderá ser ainda mais penalizada.

A cabeleireira Iracema de Matos, 57 anos, cliente da operadora há dois anos, não enfrentou problema ao marcar consultas e exames na última semana. "Sempre soube das dificuldades financeiras da empresa, mas, até agora, está tudo tranquilo", contou ela, que descobriu um câncer de mama quatro anos atrás e depende do plano de saúde para dar continuidade ao tratamento.

O servidor público Olímpio Santos, 56 anos, conseguiu ser atendido na tarde de ontem. No entanto, ficou preocupado com a notícia de alienação da carteira de clientes da Unimed, apesar de não se surpreender. "É uma pena, mas fica claro que há falhas na gestão e falta padronização das unidades da empresa no país.

Em Brasília, o sistema parece não ter dado certo", avaliou. Ele paga quase R$ 1 mil por mês pelo plano dele e o da mulher.

Rede de 300 cooperados

A Unimed Brasília foi fundada em 26 de Março de 1978 e conta com cerca de 300 médicos cooperados, que atendem nas mais diversas especialidades em consultórios próprios e em salas do Hospital Planalto, na 914 Sul.

 

FONTE: Correio Braziliense

Boletim Eletrônico

Inscreva-se em nosso Boletim Eletrônico para manter-se informado.

Mensagem da AFABB-DF

Associação com 21 anos (2000 - 2021) de atuação permanente na defesa e preservação dos interesses dos associados, o que determina nossa razão de ser!

Sempre mais forte com sua participação,

A AFABB-DF

Contato

 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 +55 61 3226 9718 | 3323 2781
 Setor Bancário Sul | Quadra 02 | Bloco A | Edifício Casa de São Paulo | Sala 603 | Brasília/DF | CEP: 70078-900