O dólar fechou ontem com alta de 0,98% frente ao real em meio ao aumento dos temores dos mercados internacionais diante das notícias pouco animadoras sobre a economia dos Estados Unidos destacadas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA). A moeda norte-americana encerrou a R$ 1,776 na venda, após cair o mesmo percentual no início das negociações.
O dólar fechou ontem com alta de 0,98% frente ao real em meio ao aumento dos temores dos mercados internacionais diante das notícias pouco animadoras sobre a economia dos Estados Unidos destacadas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).
A moeda norte-americana encerrou a R$ 1,776 na venda, após cair o mesmo percentual no início das negociações. No livro bege, resumo das condições econômicas do país, o Fed afirmou que as perspectivas esfriaram em setembro, apesar de a atividade ter crescido ligeiramente.
O fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 3,403 bilhões em outubro até o dia 14, abaixo do volume nos primeiros cinco dias do mês, em função da saída de recursos (de US$ 55 milhões) na semana passada, conforme dados do Banco Central (BC).
O saldo foi composto por superavit de US$ 2,214 bilhões nas operações comerciais e por entradas líquidas no país de US$ 1,189 bilhão na conta financeira. No acumulado do ano, o saldo positivo chegou a US$ 71,701 bilhões, quase o triplo do computado no mesmo período de 2010 (US$ 24,354 bilhões).
Os números mostraram que o BC não incorporou recursos às reservas internacionais via leilões de compra de dólares no mercado de câmbio à vista. Após comprar moeda estrangeira com regularidade desde maio de 2009, o BC interrompeu as aquisições em setembro, quando o dólar chegou a mais de R$ 1,95, encerrando com alta de 18%, a maior para um mês em nove anos.
Essa valorização foi resultado do aumento das preocupações com a crise da dívida na Zona do Euro, intensificado pelos efeitos da imposição de uma taxação sobre operações cambiais no mercado futuro.
O crescente uso das moedas dos países emergentes nas operações internacionais pode dar a elas maior importância global. As divisas de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que integram o Brics, foram destacadas por um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) como as que possuem maiores condições de internacionalização.
"A longo prazo, as moedas emergentes demonstram potencial para atingir um uso internacional mais amplo, como o de economias avançadas. As de países exportadores de commodities (com destaque para o rublo russo e o real), por exemplo, podem desempenhar papéis regionais mais amplos e se tornar parte de reservas de ativos de forma semelhante ao que ocorre com os dólares da Austrália e do Canadá", afirmou o órgão multilateral.
Perdas
A cautela chegou aos investidores nas bolsas de valores nos Estados Unidos e no Brasil. A notícia da fraqueza na recuperação da economia norte-americana trouxe desânimo, o que levou Wall Street a ficar no vermelho. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou com perda de 0,63%.
A Bovespa encerrou o dia de negócios com recuo de 0,12%, aos 54.966 pontos, depois de ter uma mínima de 1%. No mês, a bolsa paulista acumula 5,05% positivos, insuficientes para neutralizar a desvalorização anual de 20,69%. Na Europa, o reforço no Fundo Europeu de Estabilidade Fiscal (FEEF) contribuiu para uma pequena alta.
FONTE: Correio Braziliense