A cada dia mais descrentes quanto a uma solução para a crise dos países europeus, os investidores correram ontem para se desfazer de suas ações, depois que a Grécia anunciou que não conseguirá cumprir as metas de ajuste fiscal para receber ajuda do fundo de resgate da União Europeia
A cada dia mais descrentes quanto a uma solução para a crise dos países europeus, os investidores correram ontem para se desfazer de suas ações, depois que a Grécia anunciou que não conseguirá cumprir as metas de ajuste fiscal para receber ajuda do fundo de resgate da União Europeia.
As bolsas de valores tiveram forte queda em todo o globo. O Ibovespa, que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 2,93% e fechou aos 50.791 pontos, o menor nível desde a segunda-feira negra de 8 de agosto deste ano, quando cravou os 48.668 pontos, após ceder 8,1%.
No ano, a perda da bolsa brasileira já atinge 26,7%. Nem mesmo as boas notícias nos Estados Unidos, de melhora na atividade industrial e nos gastos com construção, mudaram o humor dos investidores. Em Wall Street, o Índice Dow Jones caiu 2,36% e a Nasdaq, 3,29%. As bolsas europeias já tinham fechado mais cedo, todas no vermelho. A Bolsa de Frankfurt encerrou o dia com queda de 2,28% e a de Paris, de 1,85%. No Reino Unido, o recuo foi de 1,03% e, em Madri, de 2,26%.
Para Sérgio Quintela, diretor da Valore Investimentos Personalizados, os investidores jogaram a toalha. Por isso, o movimento de venda estão tão forte.
A seu ver, o mercado desconsidera a eficácia dos instrumentos da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) em favor da Grécia. Para ele, a tendência de venda dos papéis ficou mais clara em 22 de setembro, quando o Índice CRB, que mede o comportamento dos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional), baixou 4,41%. Na última sexta-feira, houve nova baixa de 2,55%. Até então, as bolsas caíam, mas as commodities se sustentavam.
FONTE: Correio Braziliense