Dólar passa de R$ 1,90 e BC volta a atuar no câmbio

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Instituição intervém para conter valorização abrupta da moeda americana. Após ação do BC, que já anunciou novas intervenções para hoje, alta perdeu fôlego e moeda fechou a R$ 1,89

Instituição intervém para conter valorização abrupta da moeda americana. Após ação do BC, que já anunciou novas intervenções para hoje, alta perdeu fôlego e moeda fechou a R$ 1,89

O dólar voltou a subir com força ontem, levando o Banco Central a intervir mais uma vez no mercado para conter a desvalorização do real em relação à moeda americana.
A cotação do dólar chegou a passar de R$ 1,91 à tarde. Depois da atuação do BC, a moeda americana chegou ao fim do dia negociada a R$ 1,89, com alta de 0,53%.

A intervenção ocorreu via oferta de dólares a investidores, com negociação de contratos no mercado futuro.
O dólar sobe desde o fim de agosto, quando o Banco Central reduziu a taxa básica de juros da economia de 12,5% para 12% ao ano.

Nesse período, a situação da economia internacional se agravou, e investir no Brasil ficou menos lucrativo.
Muitos investidores e empresas retiraram seus recursos do país, em busca de aplicações mais seguras ou para cobrir prejuízos sofridos no exterior.
 


INTERVENÇÕES

Em julho, o governo decidiu taxar as operações no mercado futuro de câmbio para conter a queda do dólar, num momento em que a moeda americana perdia valor no mundo inteiro.
Mas o agravamento da crise internacional inverteu a situação nas últimas semanas, fazendo o dólar se valorizar rapidamente em relação a outras moedas.

No dia 22 de setembro, o dólar chegou perto de R$ 2,00, e o BC vendeu dólares no mercado futuro pela primeira vez desde 2009.
Ontem, a instituição antecipou o anúncio de um terceiro leilão, que ocorrerá hoje, para acalmar os investidores.

Variações abruptas da cotação do dólar como as observadas nos últimos dias geram incerteza e provocam perdas para bancos e empresas que têm negócios no exterior.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a tendência é que o real continue se desvalorizando. Para ele, a taxação das operações no mercado futuro "deu certo" e a medida tomada em julho não será suspensa pelo governo.

Questionado sobre o impacto da alta do dólar na inflação, ele previu que os preços dos alimentos tendem a cair no exterior e no país com o agravamento da crise.
As intervenções do BC no mercado futuro equivalem até agora à venda de US$ 6,4 bilhões. Hoje, ele pretende oferecer mais US$ 4,5 bilhões ao mercado.

 

FONTE: Folha de S. Paulo

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