Texto de Lúcio Flávio Viana Lima
Lúcio Flávio Viana Lima (*)
Nada mais verdadeiro do que só há democracia com plena liberdade de pensamento e expressão. Liberdade, sim, mas com responsabilidade. É o que pretendem os que trazem à discussão pública a imperiosa necessidade de regulação da liberdade de imprensa com o objetivo de coibir flagrantes exageros no exercício dessa nobre atividade. Há que se evitar, por exemplo, a concentração da propriedade de televisão, jornal, revista etc. em poder de uma só empresa, como acontece atualmente, que poderá utilizar concessão pública, no caso do canal de TV, para fazer jogo político contra ou a favor de partidos ou de pessoas. Nada a ver com censura ou controle.
Ainda agora, investigação policial concluiu que repórter da revista “Veja” tentou violar a suíte de hotel, em Brasília, ocupada pelo ex-ministro José Dirceu. De outra parte, estranhável é que, como regra, a mídia, em suposto jornalismo investigativo, deixa de registrar os nomes dos corruptores, que corrompem políticos desonestos, talvez por serem seus anunciantes, o que afetaria suas receitas operacionais.
De resto, é oportuno registrar o editorial da independente revista CartaCapital, edição 664, de 21/9/2011, sob o título “A mão que lava a outra”, do qual destacamos o trecho: “Há toda uma longa tradição de mamatas, como outrora se dizia, a caracterizar a relação entre poder e mídia, esta que incessantemente clama por sua liberdade de fazer o que bem entende, inclusive assaltar a verdade factual de todas as formas possíveis”. O editorial se referia a renovação de contratos, sem licitação, para fornecimento de assinaturas com alguns órgãos da imprensa paulista e carioca.
*Lúcio Flávio Viana Lima é associado da AFABB-DF.