Efeito dominó acerta em cheio o Ibovespa

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Um efeito dominó tomou conta dos mercados ontem. As bolsas asiáticas, europeias, americanas e brasileira desabaram juntamente com preço das matérias-primas, enquanto a cotação do dólar se manteve morro acima.

Um efeito dominó tomou conta dos mercados ontem. As bolsas asiáticas, europeias, americanas e brasileira desabaram juntamente com preço das matérias-primas, enquanto a cotação do dólar se manteve morro acima. O temor de uma recessão nos Estados Unidos voltou a dominar o comportamento dos investidores mundo afora, assim como as preocupações com as economias altamente endividadas da Europa. E se nos últimos dias o Brasil estava conseguindo cair menos que as bolsas lá de fora, ontem foi um dia de ajustes.

Para se ter ideia, o Índice Bovespa teve o terceiro pior pregão do ano: chegou a cair 5,85%, aos 52.706 pontos, encerrando o dia com desvalorização de 4,83%, aos 53.280 pontos. Percentualmente, a perda só é superada pela queda de 8,08% no dia 8 de agosto e de 5,72% no dia 4 do mês passado. Somente neste mês, o Ibovespa acumula desvalorização de 5,69%. No ano, cai 23,13%. Com a quarta queda seguida, o indicador registra baixa semanal de 6,87%.

Em dólar, índice já acumula queda de 21,28% no mês

A escalada do dólar deixa as perdas para a bolsa ainda piores: queda de 21,28% em setembro e de 32,13% no ano até ontem. Apenas em setembro, a moeda americana acumula alta de 18,96% ante o real e, no ano, a valorização já chega a 13,75%. Em Wall Street, o índice Dow Jones teve queda de 3,51%, enquanto o Nasdaq recuou 3,25% e o S&P 500 perdeu 3,19%.

Mas o que causou esse aumento de aversão ao risco? Por que os temores de recessão voltaram de maneira tão acentuada? Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou que pretende comprar US$ 400 bilhões em títulos com vencimento entre 6 e 30 anos, enquanto venderá a mesma quantidade de papéis com vencimento de até 3 anos, num programa chamado "Operação Twist". A intenção é reduzir as pressões sobre as taxas mais longas. Isso deve ajudar no refinanciamento de hipotecas, além de reduzir os custos dos empréstimos. Até aí, nada de mais. A operação já esperada pelo mercado.

O problema é que os investidores consideraram o tom do comunicado divulgado após a reunião do Fed mais pessimista que o normal. No documento, a autoridade citou "riscos significativos de baixa para a perspectiva econômica". Já no comunicado do mês passado, somente afirmou que os riscos para baixo da atividade "haviam aumentado".

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O presidente do Fed, Ben Bernanke, emitiu um sinal de preocupação. E foi o que bastou para desencadear um forte movimento de venda. Nem mesmo dados positivos divulgados pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos - de que o número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedidos de auxílio-desemprego teve a primeira queda em três semanas - conseguiu dar um alívio à onda vendedora.

Por aqui, nenhum dos papéis que integram a carteira teórica do Índice Bovespa conseguiu encerrar o dia com valorização. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) do frigorífico Marfrig foram as que mais caíram, com perda de 8,84%, cotadas a R$ 6,29%. Em seguida ficaram as áreas - as preferenciais (PN, sem direito a voto) da TAM tiveram desvalorização de 8,48%, cotadas a R$ 33,68, enquanto as da Gol caíram 8,37%, negociadas a R$ 11,06.

Luciana Monteiro é repórter de Investimentos.

 

FONTE: Valor Econômico

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