Economistas revisam câmbio e PIB

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Interpretadas como sintoma da desconfiança gerada pela crise global batendo na economia brasileira, as oscilações da moeda americana estão provocando a revisão da estimativa de cotação da moeda americana e também a avaliação do nível de crescimento da economia brasileira.

Interpretadas como sintoma da desconfiança gerada pela crise global batendo na economia brasileira, as oscilações da moeda americana estão provocando a revisão da estimativa de cotação da moeda americana e também a avaliação do nível de crescimento da economia brasileira. A RC Consultores elevou de R$ 1,60 para R$ 1,75 a cotação do dólar no fim do ano. A Tendências Consultoria também estuda uma estimativa acima de R$ 1,60. Na semana passada, a LCA Consultores reduziu de 3,4% para 3,1% a estimativa de crescimento da economia em 2011 e de 3,7% para 3,5% no próximo ano.

Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, não acredita que os valores que o dólar tem alcançado nos últimos dias tenham vindo para ficar. A estimativa da consultoria é que o dólar retorne a um patamar de R$ 1,65 a R$ 1,70 entre o fim deste ano e o decorrer de 2012.

Mesmo assim, lembra ele, a consultoria tem avaliado a possibilidade de revisar algumas estimativas. Borges diz que a oscilação do dólar reflete um choque de incerteza em relação à economia global. Essa insegurança, diz, pode ter efeitos no consumo das pessoas e no investimento das empresas, afetando o nível de crescimento do país.

"Não se trata de uma valorização do dólar com as demais variáveis todas constantes", explica o economista. Uma menor confiança afeta a demanda doméstica interna e externa, o que reflete em menor importação e exportação, por exemplo. Com a revisão do PIB para 3,1% em 2011 e para 3,5% em 2012, também houve uma alteração na estimativa de balança comercial.

O saldo inicialmente previsto para 2011 aumentou ligeiramente, em US$ 700 milhões, diz Borges, para US$ 23,7 bilhões. A previsão para o ano que vem saiu de um superávit próximo de zero para um saldo positivo de US$ 9 bilhões. O economista lembra, porém, que a consultoria tem feito avaliações e ainda não há revisão de balança por conta do câmbio, especificamente.

Fabio Silveira, sócio da RC Consultores, também acha prematuro calcular o impacto do câmbio na balança comercial brasileira. A desvalorização de moedas frente ao dólar é causada principalmente pela crise na zona do euro, pelo endividamento público, pela inundação de dólares nos Estados Unidos e pela desaceleração do crescimento na China.

Silveira não acredita em grande impacto do câmbio na balança de 2011. "Aumentamos nossa previsão para o dólar no final deste ano de R$ 1,60 para R$ 1,75, mas os efeitos disso no comércio só vão começar em quatro, cinco meses."

Bruno Lavieri, da Tendências, credita parte da volatilidade do dólar à decisão do governo em cobrar 1% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações com derivativos cambiais. A falta de confiança dos investidores sobre até quando a medida será adotada e quais serão os mecanismos em que ela irá se inserir inibe a entrada da moeda americana no país. "As pessoas só podem apostar de um lado, pois estão receosas em colocar as fichas no real. Só tem um lado da transação acontecendo. Por isso há a volatilidade."

Segundo Lavieri, a Tendências também deve elevar para cima a cotação de dólar a R$ 1,60 prevista para o fim do ano. "Estamos entrando em um período de alta sazonal das importações, que devem diminuir um pouco por causa do dólar. Mas isso não vai influenciar a balança substancialmente", afirmou.

 

FONTE: Valor Econômico

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