US$ 400 bilhões contra a recessão

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BC dos EUA vê economia sujeita a riscos extremos e recorre a medida usada há 50 anos, por meio da Operação Twist, para reanimar a atividade

BC dos EUA vê economia sujeita a riscos extremos e recorre a medida usada há 50 anos, por meio da Operação Twist, para reanimar a atividade

Washington — O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) reeditou ontem uma medida tomada 50 anos atrás para tentar reanimar a debilitada economia norte-americana e evitar que o país caia numa recessão. A instituição informou que, até o fim de junho de 2012, venderá US$ 400 bilhões em bônus do Tesouro e, em troca, comprará um montante equivalente de títulos, mas com vencimentos mais longos. O objetivo é baixar as taxas de juros de longo prazo para, dessa forma, incentivar o crédio, o consumo e os investimentos, que não param de cair.

Mecanismo idêntico foi acionado em 1961, no que ficou conhecido como Operação Twist, em referência à dança que era moda na época. A manobra procura influenciar a estrutura das taxas de juros do mercado. "O programa deverá baixar a pressão sobre os juros de longo prazo e ajudar a tornar mais confortáveis as condições financeiras gerais", afirma um comunicado do Comitê Monetário do Fed (Fomc).

Além de não ter sido unânime — três dos 10 membros do comitê votaram contra a decisão —, a medida foi recebida de maneira distinta nos mercados. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou o dia em baixa de 2,25%. Contudo, os preços dos títulos públicos norte-americanos subiram, derrubando os juros, num sinal de que a ação do Fed foi mais agressiva que a esperada pelos investidores. O rendimento do bônus do Tesouro com prazo de 10 anos, considerado referência pelo mercado, caiu para 1,871%, menor nível em mais de 60 anos.

Fraqueza

Para os analistas, a reação negativa das bolsas pode ter refletido a análise pessimista feita pelo Fed sobre a economia mundial. "Há significativos riscos para a perspectiva econômica, incluindo tensões nos mercados financeiros globais", alertou. A instituição apontou ainda para a persistente fraqueza dos investimentos e do mercado de trabalho nos EUA. "O Fed revisou para baixo sua perspectiva para a economia, e também indicou um risco significativo de recessão", comentou Mohamed El-Erian, da gestora de investimentos Pimco.

O BC dos EUA anunciou também que reinvestirá no mercado de hipotecas os rendimentos obtidos com bônus de agências imobiliárias e títulos de sua carteira, numa tentativa de estimular o setor imobiliário. Reafirmou ainda que manterá entre zero e 0,25% ao ano, até 2013, os juros das operações de curto prazo feitas com bancos.

Na ata de sua reunião de agosto, o Fed já havia indicado que tomaria medidas de incentivo econômico, mas parte do mercado acreditava que faria uma simples recompra de títulos, que tem o efeito de uma injeção direta de recursos no sistema. A instituição fez duas operações desse tipo neste ano, num total de US$ 900 bilhões, mas a atividade continuou desacelerando. O BC venderá títulos de até três anos e comprará bônus de seis e 30 anos, na esperança de que juros mais baixos animem os investidores e os consumidores.

Perdas bilionárias

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ontem aos países da Zona do Euro que utilizem o fundo de resgate da região  para recapitalizar os bancos mais frágeis, ameaçados de sofrer perdas de 200 bilhões de euros com a crise da dívida, segundo o diretor do Departamento de Mercados Monetários da instituição, José Viñals. O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) foi criado em maio de 2010 para socorrer países em dificuldades. Em relatório, o FMI também alertou para o risco de os bancos de países emergentes se enfraquecerem com uma "interrupção repentina da afluência de capitais ou aumento dos custos de financiamento". Os bancos da América Latina são mais vulneráveis a choques nos termos de intercâmbio, enquanto os da Ásia e as economias emergentes da Europa são mais sensíveis ao encarecimento do crédito.

 

FONTE: Correio Braziliense

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