O tormento grego

Tamanho da Letra:

Medo de calote do país europeu faz bolsas da região desabarem até 3%. Bovespa recua 0,19%

As bolsas de valores de todo o mundo tiveram ontem um dia de nervosismo, diante da possibilidade de mais notícias ruins na Grécia. Dirigentes do país passaram boa parte do dia em conversas com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia, com o intuito de acertar a liberação ao país de mais uma parcela do socorro de 110 bilhões fechado no ano passado. Temia-se que, diante das dificuldades dos gregos em cortar gastos, o fundo e a UE suspendessem à ajuda, levando a fragilizada nação europeia ao calote.

Em meio à ansiedade, as bolsas europeias operaram em baixa por toda a segunda-feira, temendo uma contaminação de toda a região no caso de o pior ser decretado pela Grécia. Em Paris, o pregão cravou queda de 3%, com desconfiança total sobre os bancos franceses, carregados de títulos gregos. Em Londres, a baixa chegou a 2,03% e, em Frankfurt, a 2,83%. Na Ásia, também na expectativa do que ocorreria na Zona do Euro, o dia foi de perdas, com a Bolsa de Xangai cedendo 1,79%.

O pessimismo exagerado do mercado só se reverteu depois do almoço, quando ministros europeus começaram a sinalizar que um acordo com a Grécia está próximo. Com isso, as bolsas do Brasil e dos Estados Unidos, ainda abertas, reverteram parte dos prejuízos, mas não o suficiente para encerrarem as negociações no azul. O Ibovespa, que mede a lucratividade das ações mais negociadas na Bolsa de São Paulo (Bovespa), fechou nos 57.102 pontos, cedendo 0,19%, acumulando desvalorização de 17,61% no ano. Em Nova York, o índice Dow Jones ficou nos 11.401 pontos, com baixa de 0,94%.

Mas que ninguém espere dias mais tranquilos. Pelo contrário. Segundo o representante permanente do FMI na Grécia, Bob Traa, muitos sobressaltos estão por vir, dadas as dificuldades enfrentadas pela economia grega. Ele ressaltou que a recessão seguirá afetando o país durante 2012, pelo quarto ano consecutivo, ainda que em um ritmo mais lento. "O Produto Interno Bruto (PIB) grego deve registrar queda de 5,5% em 2011 e de 2,5% no ano que vem. Crescimento, se vier, só em 2013", afirmou.

O ministro da Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, não fez por menos. "Será uma semana muito difícil para o país, para a Zona do Euro e para mim pessoalmente", assinalou. Ele garantiu, porém, que o governo respeitará os compromissos com o FMI e com a UE para cumprir a meta de reduzir o rombo das contas públicas neste ano para 1,8 bilhão de euros. No ano passado, o deficit fiscal de 2010 foi de 11 bilhões de euros e o de 2009, de 24 bilhões de euros. "Nosso objetivo é chegar a um saldo positivo no próximo ano. Mas, para alcançar esse objetivo, será preciso adotar agora decisões de caráter histórico", frisou. "Se não as adotarmos agora, seremos obrigados a adotá-las em breve e em condições incontroláveis e dolorosas", concluiu.

Para os analistas, se nada de muito mais grave ocorrer na Grécia — as conversas entre o governo daquele país com o FMI e a UE continuam hoje —, é possível que a Bolsa de São Paulo venha a ter resultados mais positivos, puxada pelas ações de empresas exportadoras, que, ontem, apresentaram bons resultados, por causa da disparada do preços do dólar (leia na página 12). As ações da mineradora Vale apontaram ganho de 1,37% e as da siderúrgica Gerdau, de 2,03%.

 

FONTE: Correio Braziliense

Boletim Eletrônico

Inscreva-se em nosso Boletim Eletrônico para manter-se informado.

Mensagem da AFABB-DF

Associação com 21 anos (2000 - 2021) de atuação permanente na defesa e preservação dos interesses dos associados, o que determina nossa razão de ser!

Sempre mais forte com sua participação,

A AFABB-DF

Contato

 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 +55 61 3226 9718 | 3323 2781
 Setor Bancário Sul | Quadra 02 | Bloco A | Edifício Casa de São Paulo | Sala 603 | Brasília/DF | CEP: 70078-900