Inflação triplica em setembro

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IGP-10 registra alta de 0,63%, puxado pelo dólar e pelos alimentos. Estouro do teto da meta do governo, de 6,5%, fica mais próximo

IGP-10 registra alta de 0,63%, puxado pelo dólar e pelos alimentos. Estouro do teto da meta do governo, de 6,5%, fica mais próximo

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado — 10 (IGP-10) triplicou em setembro, ao atingir 0,63% ante o mês anterior (0,20%), provocando um susto dentro do governo. No acumulado de 12 meses, o indicador chegou a 7,12%. Os números mostraram um processo disseminado de remarcação, sobretudo dos produtos que têm os preços atrelados ao dólar — as cotações da moeda americana subiram por nove dias seguidos, obrigando o Banco Central a suspender as compras diárias de divisas.

Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, são cada vez maiores as chances de a inflação deste ano superar o teto da meta perseguida pelo BC, de 6,5%. "Não é impossível, matematicamente, que a inflação em 12 meses retroceda a 6,5%. Mas é muito difícil. Creio que é uma hipótese cada vez mais forte que fique acima da meta", avaliou. O estouro do objetivo fixado pelo governo ficará mais claro se o dólar e as commodities agrícolas (produtos com cotação internacional) permanecerem em alta.

Na avaliação de Quadros, não será fácil a vida do Banco Central, que, há pouco mais de duas semanas, reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 12,50% para 12% ao ano. Ele ressaltou que, além dos serviços, cujos preços estão em disparada, se houver algum tipo de choque de oferta neste ano, como a quebra de safra de alguns alimentos, empurrar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, ao longo de 2012, será uma tarefa quase impossível.

Pelas contas da FGV, até o fechamento do IGP-10 de setembro, o dólar registrava alta de 2,86% ante agosto, quando houve queda de 0,53%. "Na pesquisa qualitativa com nossos informantes, que são produtores de insumos e de bens intermediários, temos observado aumentos de preços, principalmente naqueles que têm seus preços dolarizados", reafirmou Quadros. Para ele, daqui para frente, o câmbio merecerá uma observação maior.

Entre os produtos que podem ter subido ou desacelerado a queda por causa do dólar estão o minério de ferro (de -0,31% em agosto para +2,69% em setembro) e o farelo de soja (de +0,18% para +2,50%). "São altas no começo da cadeia que podem não chegar ao varejo", avisou. O economista ressaltou, porém, que, com a economia menos aquecida, o risco de repasses da alta do dólar à população também diminui. "Não se tem certeza se a valorização da moeda norte-americana é permanente e contínua", assinalou.

No Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-10, a alta em setembro foi de 0,73%. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% do indicador, deu um salto de 0,58%, depois de ter registado deflação de 0,03% no mês anterior. Nesse caso, a taxa foi puxada pelos alimentos, em especial as frutas, como o limão, que, somente neste mês, ficou 107,65% mais caro.

Tal carestia, no entanto, não intimidou a aposentada Luíza Francisca dos Santos. Ela continua levando limão para casa. "Não abro mão do que gosto", frisou. O leite também encareceu (+3,29%), assim como o mamão papaia (+13,10%).

147 mil vagas até dezembro

Um levantamento divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), divulgado ontem, prevê a abertura de 147 mil vagas de trabalho temporário no país até dezembro. O volume reflete o reforço que as empresas buscarão para atender o aumento do movimento no Natal e equivale a um crescimento de 5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Jovens em situação de primeiro emprego deverão preencher 28% desses postos. O levantamento calcula também que, do total de temporários, 42 mil trabalhadores serão efetivados.

 

FONTE: Correio Braziliense

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