Os gastos com previdência e saúde devem mais que duplicar em 20 anos devido ao envelhecimento da população brasileira.
Os gastos com previdência e saúde devem mais que duplicar em 20 anos devido ao envelhecimento da população brasileira. O economista Paulo Tafner, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e secretário-executivo da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, calcula que entre 2010 e 2030 os gastos previdenciários devem crescer mais de R$ 300 bilhões, já que o número de benefícios mais do que dobrarão no período.
Os gastos de saúde devem crescer mais de R$ 250 bilhões em termos reais, no mesmo período. Ele afirma que o custo aumenta porque uma pessoa de 60 anos ou mais consome sete vezes mais orçamento do que o de uma criança.
Para Tafner, o Brasil deve buscar maior eficiência na saúde e promover mudanças no sistema previdenciário. Ele sugere mecanismos para que as pessoas se aposentem mais tarde e não possam acumular benefícios. E destaca ainda que um ponto positivo no envelhecimento é a diminuição nos gastos com educação básica. Em 20 anos, o número de crianças de até 14 anos deve cair pela metade.
Melhorias
A coordenadora da Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Luiza Machado, afirma que a pasta está preocupada em oferecer um envelhecimento de qualidade. “Buscamos que essa população idosa tenha sua capacidade funcional plena, com autonomia e independência.” Entre as ações desenvolvidas estão a prevenção, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, a capacitação dos profissionais e a implantação de equipes multidisciplinares e atenção domiciliar.
Já o Ministério da Previdência Social informa, via assessoria de imprensa, que há diversas propostas em estudo sobre o fim do fator previdenciário, mas estão ainda na fase de análise técnica. Segundo a assessoria, uma ampla reforma da Previdência não está sendo discutida no momento.
O saldo entre arrecadação e pagamento de benefícios fechou negativo em R$ 44,3 bilhões, em 2010. A queda foi de 4,5% em relação a 2009, quando o déficit ficou em R$ 46,4 bilhões. O doutor em Demografia José Eustáquio Diniz Alves afirma que a previdência social é muito generosa, na qual se aposenta muito cedo e se acumulam muitos benefícios. Segundo ele, se as regras continuarem as mesmas, o déficit só irá aumentar.
FONTE: Correio do Povo