Bolsas voltam a derreter após uma semana de trégua

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A trégua durou pouco. Ontem, as Bolsas de todo o mundo voltaram a derreter, arrastando o preço de commodities e dos principais investimentos, com a perspectiva de tempos difíceis adiante. Preocupação com a saúde dos bancos europeus (havia rumor de resgate de bancos franceses), rebaixamento da previsão de crescimento mundial pelo banco Morgan Stanley (de 4,2% para 3,9%), enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA e até o quinto mês seguido de queda nas exportações japonesas foram citados como razões do pessimismo.

Pânico retorna e investidores buscam segurança nos títulos dos EUA, que pagaram a menor taxa desde 1954.No Brasil, preocupação com a retração da economia derruba a projeção de taxas de juros para ano que vem

TONI SCIARRETTA
GIULIANA VALLONE

DE SÃO PAULO

A trégua durou pouco. Ontem, as Bolsas de todo o mundo voltaram a derreter, arrastando o preço de commodities e dos principais investimentos, com a perspectiva de tempos difíceis adiante.

Preocupação com a saúde dos bancos europeus (havia rumor de resgate de bancos franceses), rebaixamento da previsão de crescimento mundial pelo banco Morgan Stanley (de 4,2% para 3,9%), enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA e até o quinto mês seguido de queda nas exportações japonesas foram citados como razões do pessimismo.

Mas o que mais assustou foi o aumento de 0,5% na inflação ao consumidor americano no mês passado, após deflação de 0,2% em junho. A pressão nos preços deixa o Fed (BC dos EUA) sem armas para enfrentar a crise com medidas de estímulo.

O pânico levou os investidores a buscar proteção no ouro (alta de 1,13%) e nos títulos do governo dos EUA, que chegaram a ser negociados com juros de 1,98% -menor taxa desde 1954. No final do dia, a taxa voltou a 2,08%.

A Bolsa de Nova York terminou o dia com baixa de 3,68% no índice Dow Jones (30 empresas) e de 4,46% no S&P 500 (500 empresas). A Nasdaq, que foca empresas de tecnologia, recuou 5,22%.

Na Europa, a maior baixa foi em Frankfurt (-5,82%), seguida por Paris (-5,48%) e Londres (-4,49%).

No Brasil, a BM&FBovespa recuou 3,52% e o dólar voltou a passar R$ 1,60 -terminou em R$ 1,599, alta de 0,88%.

As Bolsas na Ásia abriram hoje em queda, com o japonês Nikkei caindo 1,92%.

"O mercado potencializou o alcance de uma série de dados positivos, que não se sustentaram", disse Sidney Nehme, diretor da corretora NGO.

"Não saímos de uma situação como essa sem uma recessão. O movimento é de busca por liquidez, segurança e por desfazer as operações de maior risco", disse.

JURO MENOR NO BRASIL

No Brasil, os investidores estão preocupados com a primeira retração da atividade, mostrado pela prévia do BC para o PIB de julho, a primeira desde 2008. Os juros para 2013 (refletem janeiro de 2012) desceram a 11,59% -quase 1 ponto abaixo dos 12,5% da taxa atual.

"Se no comecinho da crise, a gente já tem retração, imagine lá para frente? A volatilidade está aí para ficar por algum tempo", disse Max Bueno, da Spinelli.
"Não há razão para especularem com o real. Embora o ministro Guido Mantega (Fazenda) fale o contrário, o real não é reserva de valor mundial. Também não há razão para especular contra porque estamos com reservas cambiais de US$ 350 bilhões e com uma situação das contas públicas melhor do que na Europa", disse Nehme.

FONTE: Folha de São Paulo

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