O nome da FGV (Fundação Getúlio Vargas) foi usado indevidamente no ano passado para fraudar uma licitação do Ministério da Agricultura que terminou com a vitória da fundação mantenedora da PUC de São Paulo. O contrato está no centro de um dos episódios que levaram à queda do ministro Wagner Rossi (PMDB), que pediu demissão quarta-feira em meio a uma onda de denúncias de irregularidades. Em agosto do ano passado, a Fundasp (Fundação São Paulo) ganhou um contrato de R$ 9,1 milhões com o ministério para treinar seus funcionários. Ela já recebeu R$ 5 milhões do valor total.
O nome da FGV (Fundação Getúlio Vargas) foi usado indevidamente no ano passado para fraudar uma licitação do Ministério da Agricultura que terminou com a vitória da fundação mantenedora da PUC de São Paulo.
O contrato está no centro de um dos episódios que levaram à queda do ministro Wagner Rossi (PMDB), que pediu demissão quarta-feira em meio a uma onda de denúncias de irregularidades.
Em agosto do ano passado, a Fundasp (Fundação São Paulo) ganhou um contrato de R$ 9,1 milhões com o ministério para treinar seus funcionários. Ela já recebeu R$ 5 milhões do valor total.
Documentos obtidos pela Folha mostram que papéis forjados, uma assinatura falsa e um número de fax inexistente foram usados para criar uma proposta em nome da FGV, que diz jamais ter se interessado pela licitação.
O lobista Júlio Fróes, que tinha livre acesso ao ministério na gestão de Rossi, foi acusado de distribuir propina a funcionários após assegurar o contrato para a Fundasp. A fundação nega que o lobista a representasse.
O ex-chefe da comissão de licitações do ministério Israel Batista disse à Polícia Federal que Fróes acompanhou todas as etapas da licitação e apresentou todos os documentos do processo.
A proposta entregue em nome da FGV é assinada pelo coordenador de programas de educação continuada da FGV, Antonio Dal Fabbro, mas ele afirma que não reconhece a assinatura.
"É um documento apócrifo e minha assinatura foi falsificada", declarou à Folha. A FGV informou que "jamais enviou" proposta ao ministério e disse que pedirá à PF que apure o que houve.
Os documentos indicam que funcionários do ministério participaram da fraude. O processo inclui um fax enviado pelo agente administrativo Felipe de Sousa Freitas à FGV, em que ele pede a apresentação de uma proposta.
O número de fax para o qual o pedido foi enviado é de um telefone comum, de um setor da fundação que não tem aparelho de fax. A FGV informou que não recebeu nada do ministério.
A Folha apurou que Freitas assinou o documento a mando de Karla França Carvalho, atual chefe de gabinete da secretaria executiva do ministério. Ela autorizou a contratação da Fundasp depois e foi acusada por Batista de receber propina de Fróes.
Além da PUC, entrou na concorrência uma empresa chamada Seducon (Sistemas em Educação Continuada).
FONTE: Folha de São Paulo