No país dos maiores juros do planeta, as aplicações em renda fixa viram o "caminho natural" em época de aumento de juros, principalmente para aqueles que preferem manter distância das ações.
No país dos maiores juros do planeta, as aplicações em renda fixa viram o "caminho natural" em época de aumento de juros, principalmente para aqueles que preferem manter distância das ações.
O Banco Central voltou a elevar a taxa de juros na semana passada, desta vez para 12,5% ao ano. Depois de cinco altas consecutivas, porém, o BC indicou que pode ter encerrado o ciclo de alta dos juros, segundo analistas.
"O primeiro semestre foi desfavorável para a renda variável. E vai continuar assim enquanto o cenário externo continuar confuso", diz Demósthenes Pinho Neto, diretor da área de fundos da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Essa facilidade, no entanto, não isenta o investidor de algumas escolhas e cuidados: altas taxas de administração, as mordidas do Imposto de Renda, os prazos da aplicação e a opção entre produtos prefixados ou pós-fixados podem comprometer os ganhos.
Para saber em qual dos dois aplicar, é bom analisar a perspectiva para os juros nos próximos meses. Se for de queda, o ideal é o prefixado, que aproveita a alta do momento. Em caso de alta, o pós-fixado é a melhor opção.
"Os melhores investimentos nesses períodos são aqueles indexados aos juros pós-fixados e os fundos de renda fixa com papéis ajustados de acordo com o aumento das taxas", afirma Gilberto Braga, professor do Ibmec-RJ.
É o caso de alguns títulos pós-fixados do Tesouro, como as LFTs, atreladas à trajetória da taxa Selic. Quanto mais a taxa sobe, mais os investidores ganham. Outros exemplos são os fundos DI e os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) pós-fixados.
CUSTOS
Cada uma dessas aplicações tem vantagens e desvantagens. Os fundos DI são produtos de "prateleira" dos bancos, mas arcam com taxas de administração inversamente proporcionais à aplicação mínima. Quanto menores, maiores os custos --em média, 1,24%, diz a Anbima.
Também têm o chamado "come-cotas", a cobrança semestral do IR, que, com as taxas de administração, reduz os ganhos.
Os CDBs também são práticos, com a vantagem de o IR ser cobrado só no resgate.
Já os títulos do Tesouro Direto, dependendo da corretora, podem oferecer custos bem menores, mesmo para aplicações de baixo valor.
E o IR, em boa parte dos casos, também é cobrado somente no resgate. Em compensação, o investidor terá de arcar com a burocracia para se inscrever no Tesouro Direto, além de ficar responsável pela escolha dos papéis.
Todas as aplicações de renda fixa pagam Imposto de Renda de acordo com uma tabela regressiva, que estabelece que a menor alíquota (15%) vigora para investimentos de, no mínimo, dois anos.
FONTE: Folha de S.P