Valorização do real é a maior

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Moeda brasileira foi a que mais ganhou terreno em uma lista de 58 divisas avaliadas pelo Banco Internacional de Compensações

Moeda brasileira foi a que mais ganhou terreno em uma lista de 58 divisas avaliadas pelo Banco Internacional de Compensações

 Apesar dos esforços do governo para conter a valorização do real, a moeda brasileira ganhou disparado das divisas de 57 países, entre emergentes e desenvolvidos. É a primeira no ranking do Banco Internacional de Compensações (BIS), índice que calcula a taxa de câmbio efetiva real (EER), comparando a moeda de um país a uma cesta de diferentes moedas, ajustadas aos preços ao consumidor.

O Brasil tem pontuação de 145,11 (as valorizadas são as que ultrapassam a linha de 100 pontos), acima da China, que recebeu 112,07; da Alemanha, com 101,18; da França (101,62), dos Estados Unidos (85,74) e do Reino Unido (77,39).

Para os analistas, o indicador é um reflexo da conjuntura econômica global e deve ser estudado por diversos ângulos.

Em primeiro lugar, não foi só o real que ganhou. Foi o dólar que perdeu valor. E se o Brasil, pela alta taxa de juros, está agora atraindo uma enxurrada de capital estrangeiro, não significa que terá capacidade de continuar sendo a bola da vez no médio prazo. Esse fluxo pode estancar a qualquer momento. "Por enquanto, os países ricos estão se enfraquecendo e os pobres se fortalecem. Porém uma nova crise na Europa, talvez ainda mais dramática do que se imagina, vai estourar, em meses, ou até o fim de 2011. A situação vai mudar", alertou o economista Ricardo Amorim, da Consultoria Ricam.

Nesse cenário, os investidores vão fugir do euro em busca de proteção no dólar, apesar dos problemas que os Estados Unidos estão enfrentando para pagar a dívida pública de US$ 13,5 trilhões. "O real vai despencar e o governo terá de reverter todas as medidas macroprudenciais tomadas nos últimos meses para enxugar a quantidade de dinheiro em circulação e barrar a entrada de capital especulativo.

Lygia Pimentel, da XP Investimentos, é mais otimista. Para ela, o dólar vai demorar para se recuperar e deve se manter entre R$ 1,40 e R$ 1,60 até o fim do ano. O Brasil tende a continuar na rota de prosperidade por ser um tradicional exportador de produtos manufaturados e primários. Só deve cuidar para não perder espaço para os Estados Unidos. Desde 2004, o Brasil se tornou líder das exportações de carne bovina. "Naquela época, exportávamos 1,6 milhão de toneladas, e os Estados Unidos, 200 mil. Chegamos ao recorde de 2,2 milhões, em 2007, e hoje voltamos aos 1,6 milhão. Eles nos alcançaram em junho. Exportamos 78 mil toneladas contra 83 mil deles."

Dólar cai 0,24%
A expectativa de que o Banco Central iria elevar novamente a taxa Selic fez o mercado do dólar fechar em queda na tarde de ontem. A divisa encerrou o dia com recuo de 0,24%, cotada a $ 1,562. A elevação dos juros para 12,50% ao ano estimula a entrada de mais capitais estrangeiros no país, uma vez que a rentabilidade dos títulos brasileiros fica mais atrativas em relação às baixas taxas em outras economias. Para tentar frear um pouco a desvalorização da moeda em comparação ao real, o Banco Central realizou um leilão de compra no mercado a vista.

(Vera Batista)

FONTE: Correio Braziliense

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