Ibovespa acumula perda de 15% no ano e recua para menos de 59 mil pontos. Previsão de nova alta nos juros, crise da dívida nos EUA e dificuldades na Europa afastam investidores
Ibovespa acumula perda de 15% no ano e recua para menos de 59 mil pontos. Previsão de nova alta nos juros, crise da dívida nos EUA e dificuldades na Europa afastam investidores
Havia mais de 13 meses a Bolsa de Valores não encerrava um pregão em nível tão baixo como o de ontem.
O termômetro do mercado doméstico de ações, o indicador Ibovespa, cedeu 1% e recuou para menos de 59 mil pontos pela primeira vez desde 20 de maio de 2010.
Com o desempenho de ontem, as perdas acumuladas no ano chegaram a 15%.
As ações preferenciais da Petrobras, que têm enorme peso no cálculo desse indicador, desvalorizaram-se em 1,2%, apesar de a companhia ter divulgado aumento de produção na sexta-feira.
Analistas afirmaram que o incremento ocorreu por conta de plataformas em manutenção que voltaram a operar e que as metas estabelecidas para este ano parecem ficar mais distantes.
A queda somente não foi pior em razão das ações da Vale, também de grande influência no indicador, que subiram 0,2%. O "tombo" de ontem acompanhou o cenário externo: na Europa, a Bolsa francesa recuou 3,7%, enquanto nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York -monitorada por investidores de todo o planeta- retrocedeu 0,8%.
É no cenário externo que se encontram os principais motivos para a fase ruim dos mercados: a crise da dívida federal nos EUA, dependente de solução no curtíssimo prazo, e as dificuldades europeias, sem solução aparente nem no médio prazo.
Mas não são os únicos: no front doméstico, ainda paira uma enorme incerteza a respeito de quanto o Banco Central vai subir os juros neste ano para controlar a inflação.
FONTE: Folha de S.P