Medicina - Teste diz se vacina da gripe funcionou após uma semana

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Brasileiro nos EUA assina estudo que avaliou atividade de genes em pacientes que receberam a imunização No futuro, técnica deve ajudar médicos a saber se pessoas mais frágeis, como idosos, estão mesmo protegidas

Brasileiro nos EUA assina estudo que avaliou atividade de genes em pacientes que receberam a imunização
No futuro, técnica deve ajudar médicos a saber se pessoas mais frágeis, como idosos, estão mesmo protegidas

Uma pesquisa publicada na revista "Nature Immunology" mostra que é possível prever o êxito de uma vacina de gripe. O biólogo brasileiro Helder Nakaya, pós-doutorando na Universidade Emory, em Atlanta, é um dos autores do estudo.

A imunização da doença tem uma eficácia relativamente baixa em comparação com outras, como a da febre amarela ou a do sarampo, e tem ação ainda mais duvidosa em pessoas como idosos, soropositivos e pacientes que receberam transplante.

Em entrevista à Folha por telefone, Nakaya explicou que "são justamente essas pessoas que precisam saber se estão protegidas ou não contra a gripe".
No trabalho foi usada uma tecnologia chamada de "microarranjos de DNA", que mede a atividade de todos os genes em paralelo para analisar os mecanismos moleculares da vacinação.

O estudo foi dividido em duas partes. Uma estudou todos os genes que podem estar relacionados à resposta imune, enquanto a outra selecionou um pequeno grupo de genes capazes de prever a eficácia de uma vacina.

"Nós analisamos o sangue de dezenas de pessoas e descobrimos a atividade capaz de prever se a vacina da gripe funcionou ou não. A taxa de sucesso dessa predição é de 90% em alguns casos."

Um estudo semelhante sobre a febre amarela foi publicado em 2008. No entanto, prever a eficácia da imunização de gripe é bem mais complicado, pois todos os adultos já foram expostos ao vírus, seja por infecção ou vacinação.

Os cientistas analisaram três temporadas de gripe nos EUA para ter confiabilidade estatística suficiente, já que as vacinas usam formas diferentes do vírus a cada ano.

"A eficiência não é muito elevada, e a cada temporada as cepas mudam, porque dependem da epidemia [daquele ano]", disse o biólogo. A tecnologia ainda não existe comercialmente. Contudo, de acordo com Nakaya, o governo dos EUA já destinou US$ 20 milhões para sete laboratórios desenvolverem a pesquisa publicada.

FONTE: Folha de S.P

(Mariana Pastore)

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