Lojistas querem que eleve os 15% para 35% do pagamento mínimo nas faturas

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Os lojistas querem reduzir ainda mais a folga que os consumidores têm para rolar dívidas no cartão de crédito. Preocupados com a fuga de clientes das lojas, em função do superendividamento que atinge, principalmente, as classes de renda mais baixa, os comerciantes pedirão ao Banco Central que aumentem para até 35%

Os lojistas querem reduzir ainda mais a folga que os consumidores têm para rolar dívidas no cartão de crédito. Preocupados com a fuga de clientes das lojas, em função do superendividamento que atinge, principalmente, as classes de renda mais baixa, os comerciantes pedirão ao Banco Central que aumentem para até 35% o mínimo a ser pago mensalmente nas faturas. Desde o início deste mês, o piso para o crédito rotativo do cartão passou de 10% para 15%. Em dezembro, subirá para 20%. “É preciso ser mais rígido no uso do cartão de crédito”, disse Roque Pellizzaro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Para ele, como os usuários ficam girando o grosso das dívidas nos cartões a juros muito altos, a falta de espaço para encaixar futuros gastos no orçamento doméstico impede a população de voltar às compras. Atualmente, os brasileiros devem mais de R$ 100 bilhões na modalidade de pagamento, dos quais R$ 32 bilhões são consumidos pelo rotativo e pelo parcelamento com juros e, portanto, passam longe dos caixas das lojas. De todo o valor que os consumidores devem no cartão, 25% representam contas atrasadas há mais de 90 dias. “Pior que não vender é não receber”, ressaltou Pelizzaro, ao explicar que a demanda continuará aquecida, uma vez que as taxas de desemprego permanecem baixas, mas que isso não representará menos calote.

O BC tenta regular o mercado de cartões agindo pontualmente, uma vez que se trata de uma relação livre de mercado entre consumidores e operadoras de cartão. À autoridade monetária cabe regular a atuação dos bancos, que normalmente funcionam como intermediários nessas operações. Outra medida tomada recentemente foi reduzir de 80 para cinco o número de tarifas que podem ser cobradas pela prestação do serviço. Em um segmento no qual os juros podem chegar a 600% ao ano, porém, o BC alega que não há como limitar o custo aos clientes.

A solução, segundo o presidente da CNDL, é informar os consumidores que ignoram, por exemplo, as várias opções de taxas de juros, como as do parcelamento na loja (variam de acordo com o estabelecimento), as do cartão (entre 4,5% e 5% ao mês) e as do crédito rotativo (acima de 12%). Para os comerciantes, a orientação é ter mais cautela na concessão de crédito e avaliar mais detidamente a capacidade de pagamento dos clientes para evitar novos calotes.

Opção
Uma das novidades da regulamentação dos cartões de crédito é a padronização das nomenclaturas de tarifas, além da criação de um produto básico, que oferece menos serviços. Ele deve, obrigatoriamente, ter a cobrança mais baixa entre as opções oferecidas pelo banco.

FONTE: Correio Braziliense

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