O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou na noite desta quarta-feira a elevação da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 12% para 12,25% ao ano. Segundo nota disponibilizada pelo BC, o aumento sem viés é "seguimento ao processo de ajuste gradual das condições monetárias".
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou na noite desta quarta-feira a elevação da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 12% para 12,25% ao ano. Segundo nota disponibilizada pelo BC, o aumento sem viés é "seguimento ao processo de ajuste gradual das condições monetárias".
"Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012", informou a autoridade monetária.
Nas três reuniões anteriores realizadas no ano, a autoridade monetária já havia optado por alta nos juros: em janeiro (de 10,75% para 11,25%), em março (para 11,75%) e em abril (para os atuais 12%).
Para a equipe da LCA Consultores, o BC reiterou o compromisso de trazer a inflação para a trajetória de metas no ano que vem - o que pode contribuir para uma ancoragem mais consistente das expectativas inflacionárias. Para a consultoria, o cenário base continua a antever apenas mais um aumento da Selic, de 25 pontos-base, na próxima reunião (em 20 de julho). Chances de que o ajuste venha a ser prolongado para além desse horizonte ainda existem, mas parecem vir diminuindo.
Já para o economista Cristiano Souza, de Santander Brasil, não houve nenhuma mudança séria nos rumos tomados pelo Copom. "Vai ser importante ler a ata na semana que vem. O BC pode parar o ciclo de alta, mas deve voltar a subir o juro em outubro e novembro".
Para Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros, o texto "dá a entender que o BC realmente está perseguindo a meta, pelo menos em 2012, e que dá para esperar um novo aumento da Selic em julho." Em nota, a consultoria Rosenberg Associados afirmou que a mensagem do BC "dá a entender que há mais altas por vir, ou seja, esta não foi a última elevação deste ciclo".
O BC já anunciou que o objetivo é atingir a meta central apenas em 2012. As expectativas de inflação dos analistas de mercado para este ano estão em queda há cinco semanas, segundo sondagem do relatório Focus, mas os economistas ainda tem dúvidas sobre a trajetória dos preços - a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 tem subido e está acima de 5%.
Economia menos aquecida
Na terça-feira, dados confirmaram uma esperada desaceleração da inflação ao consumidor em maio, sob a influência de recuos sazonais de preços. No acumulado em 12 meses, no entanto, a variação permanece acima do teto da meta do governo, que tem centro de 4,5% e dois pontos de tolerância.
Em abril, a produção industrial sofreu a maior queda mensal em mais de dois anos e o uso da capacidade instalada nas fábricas recuou pelo segundo mês seguido. Pesquisas também mostram quedas na confiança de consumidores e empresários, sinalizando menor consumo e contratações à frente.
FONTE: Terra