O Brasil se tornou um país altamente motorizado nos últimos 13 anos e qualquer variação do preço do combustível vira um incômodo no bolso do consumidor. Apenas entre 1998 e 2011, a frota do país cresceu 157,1%, alcançando 66,1 milhões de veículos em março deste ano.
O Brasil se tornou um país altamente motorizado nos últimos 13 anos e qualquer variação do preço do combustível vira um incômodo no bolso do consumidor. Apenas entre 1998 e 2011, a frota do país cresceu 157,1%, alcançando 66,1 milhões de veículos em março deste ano. Com toda essa demanda, e em função de políticas tributárias e de preços impostas pelo governo, o preço da gasolina pode chegar até a R$ 3,15 o litro, na estimativa de analistas. O etanol, em falta no mercado, já está sendo vendido a quase R$ 3. Para não deixar de usar o automóvel em meio ao encarecimento explosivo, o Correio ouviu especialistas que ensinam como tornar o uso do carro mais econômico.
Os motoristas não costumam se preocupar com medidas preventivas, alegando que as despesas são muito elevadas. Mas, a longo prazo, esse tipo de precaução pode acabar gerando economia ao bolso dos condutores. A principal dica é dirigir de forma consciente e manter a manutenção do veículo sempre em dia. Pequenas medidas, como realizar o alinhamento e o balanceamento do veículo a cada 10 mil quilômetros e fazer a correta calibragem dos pneus podem gerar uma economia de até 10% por tanque cheio. Até filtros de ar sujos podem causar perda de potência e maior gasto do motor.
O professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília (UnB) Alessandro Borges lembra que é preciso evitar alguns mitos que podem interferir no consumo de carburante. "Existem várias lendas com relação a isso.
No caso do ar-condicionado, por exemplo, realmente o consumo aumenta. Mas, dependendo do modelo do veículo, andar com as janelas do carro abertas pode criar um aumento no arrasto aerodinâmico, semelhante a um pára-quedas. O ar-condicionado pode acabar sendo mais vantajoso, dependendo da situação", exemplifica.
Ponto morto
Outro mito é a utilização do ponto morto na descida é uma forma de economizar combustível. "Na verdade, deixar o veículo solto nas descidas não consome menos, porque o motor vai continuar gastando para não apagar, idêntico a um carro parado", ensina Borges.
Para os motoristas que possuem carro bicombustível, a chance de abastecer o carro com álcool ou gasolina auxilia muito na procura pelo melhor preço. Valdir Gallo, doutor em engenharia mecânica e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), lembra que a recomendação do fabricante para que se use o álcool apenas quando seu custo estiver abaixo de 70% do valor da gasolina é um começo.
Mas, embora uma receita seja segura, experimentar qual é o mais rentável é uma melhor opção. "O ideal é testar, anotar os valores e descobrir qual tem a melhor relação entre custo e benefício", garante.
Aditivada é melhor
Vários motoristas têm dúvidas acerca do melhor tipo de gasolina a usar. Há quem diga que, para distâncias constantes, o ideal seria apenas a gasolina comum, enquanto em trajetos engarrafados e trânsito intenso, a aditivada ganharia em desempenho. Mas tudo não passa de lenda. "A diferença básica é que as gasolinas aditivadas possuem substâncias que têm como função manter limpo todo o sistema de alimentação de combustível do veículo, desde o tanque aos bicos injetores, às válvulas do motor e à câmara de combustão", destaca Antônio Correia, técnico da gerência de Marketing de Produtos e Serviços da Petrobras Distribuidora. Para ele, o uso de gasolina aditivada é mais vantajoso sempre. "Tanto que na Europa, nos EUA e no Japão não existe mais gasolina que não seja aditivada", compara.
(Fábio Monteiro/Victor Martins)
FONTE: Correio Braziliense