Saúde - Novo exame substitui biópsia no fígado

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Equipamento fornece o resultado em minutos, o que facilita a indicação do tratamento em casos de hepatite Procedimento permite investigar com mais precisão o grau de fibrose no órgão, além de não ser invasivo

Equipamento fornece o resultado em minutos, o que facilita a indicação do tratamento em casos de hepatite

Procedimento permite investigar com mais precisão o grau de fibrose no órgão, além de não ser invasivo

Um novo equipamento poderá substituir biópsias de fígado, em especial nos casos de hepatites. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de dar o aval para sua importação.O exame, cujo nome é elastografia hepática transitória, permite diagnosticar a fibrose no fígado (grau de cicatrização do órgão) com mais precisão do que a biópsia.

A formação dessas cicatrizes decorre de agressões por doenças crônicas, por exemplo as hepatites.O exame capta as imagens do fígado por ultrassom, e também transmite uma onda de baixa frequência.A vibração se propaga e mede a elasticidade do tecido hepático. Quanto mais endurecido, mais veloz é a propagação da onda. O resultado sai em cinco minutos.

Avaliar o grau de fibrose é crucial no tratamento de doenças do fígado. É isso o que vai determinar uso de um ou outro medicamento. "É um avanço enorme. É possível que o exame substitua a biópsia hepática, não somente no diagnóstico, mas no acompanhamento das hepatites crônicas em futuro próximo", diz o médico hepatologista Hoel Sette Júnior, pesquisador do hospital Oswaldo Cruz.

A biópsia é um procedimento invasivo que requer hospitalização. Ela é feita com a inserção de uma agulha para a retirada de um pedaço de tecido, o que aumenta o risco de sangramentos. Além disso, o fragmento colhido em biópsia pode não ser adequado para análise -que depende da interpretação do patologista.

Custo
Ainda não se sabe quanto custará uma elastografia, mas os especialistas acreditam que o valor deverá ser menor do que o da biópsia. Exames convencionais de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são mais utilizados só nas fases avançadas da doença.

"Acho que a grande indicação é para pacientes com hepatite C que já estão diagnosticados. Pode ser útil para acompanhar o tratamento", diz Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia. As estimativas oficiais apontam três milhões de brasileiros infectados pela hepatite C - mas os médicos afirmam que essa população é subestimada. Quase a metade dos transplantes de fígado está relacionada à doença.

Embora a maioria das pesquisas tenham sido feitas com portadores de hepatites, o exame vem sendo estudado para outras doenças.O aparelho também poderá ser útil nos casos de cirrose por excesso de álcool ou nos pacientes que passaram por transplante hepático.

Desenvolvido na França, o equipamento já vem sendo usado na Europa e está em processo de aprovação pelo FDA (órgão americano que regulamenta remédios).
No entanto, a elastografia não vai significar o fim das biópsias de fígado, porque em alguns casos ela não pode ser feita: "Quando há acúmulo de água na barriga ou excesso de gordura no fígado, o exame não se aplica", ilustra a médica gastroenterologista Bianca Della Guardia, do Hospital Israelita Albert Einstein.O aparelho já está disponível em algumas clínicas e hospitais do país -até aqui era usado apenas para pesquisa, em várias instituições.

(Gabriela Cupani)

FONTE: Folha de São Paulo

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