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Pesquisa revela que a oferta de empregos na capital federal foi pouco afetada pela crise global. Caiu de 56,3% para 55,8% entre 2008 e 2009

Pesquisa revela que a oferta de empregos na capital federal foi pouco afetada pela crise global. Caiu de 56,3% para 55,8% entre 2008 e 2009

O comportamento da economia do Distrito Federal acompanhou o da nacional em 2009, ano em que o Brasil sofreu os impactos da crise financeira global. No entanto, o DF manteve intactos, no ano passado, alguns dos traços mais peculiares de sua atividade econômica, tais como renda elevada da população e alto nível de formalização do trabalho (veja quadro), além de indústria e agronegócio pouco expressivos e forte presença da administração pública, serviços e comércio como segmentos que contratam grandes contingentes de trabalhadores. Foi o que mostrou a edição mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na última quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

“O Brasil teve um pequeno decréscimo da ocupação, o que reflete o impacto sofrido em razão da crise econômica. O DF seguiu a tendência nacional”, destaca Adriana Berenguy, técnica da Coordenação de Renda e Trabalho do IBGE. Entre 2008 e 2009, o nível de ocupação recuou de 56,3% para 55,8% na capital federal. No país, o mesmo índice caiu de 57,5% para 56,9% no período. A diferença entre o cenário nacional e o localizado é verificada quando se observa os segmentos da atividade econômica em que se concentraram os ocupados em 2009. 

Sem agonia 
No ano passado, a indústria brasileira suprimiu postos de trabalho, passando a responder por 14,7% da população ocupada em lugar dos 15,1% de 2008. No DF, foram criadas vagas no setor, que empregou 5,1% do total de ocupados contra 4,9% em 2008, enquanto os parques industriais de estados do eixo Sul-Sudeste agonizavam com os efeitos da bolha global. 

Para o economista Júlio Miragaya, o comportamento surpreendente da indústria do DF registrado pela 
Pnad(1) pode ser explicado pela própria inexpressividade do segmento. “Como o parque do DF é reduzido, fica à margem das grandes tendências nacionais, e qualquer onda de contratações ganha grandes proporções”, analisa. Um movimento como o descrito por Miragaya está ocorrendo na Possamai, indústria de móveis planejados no DF. Foram 20 contratações em 2009, com o quadro de funcionários chegando a 160 pessoas. Contratado em fevereiro do ano passado, Ademir Rodrigues, 35, foi um dos que entraram para o contingente de ocupados da indústria do DF em plena crise. 

Nos demais setores, o movimento da ocupação local não foi tão contrário ao da nacional. Ainda assim, as características marcantes da economia do DF se fizeram sentir. O volume de empregados no segmento agrícola caiu de 1,5%, em 2008, para 1,2% em 2009. No cenário nacional, a atividade mais representativa também teve decréscimo de emprego no período, de 17,4% para 17%. A construção civil, tradicionalmente forte no DF e apoiada por políticas de incentivo durante a crise, passou de 6,5% do contingente de ocupados que empregava em 2008 para 7,1% no ano passado. No Brasil, ficou estável graças às mesmas políticas, indo de 7,5% para 7,4% do total de empregados. 

Setores 
O setor de serviços perdeu empregados no DF – foi de 69,3%, em 2008, para 67,3% em 2009 – mas manteve-se como principal atividade econômica local. No Brasil, a ocupação na atividade ficou estável, oscilando de 42,3% para 42,9% no período. De acordo com Adriana Berenguy, o segmento é um dos mais vulneráveis em momentos de retração econômica. “Grande parte da clientela do setor de serviços é formada por empresas. Com a economia em baixa, sentem rapidamente algum revés”, comenta. O comércio do DF, que respondeu por 17,8% do total de ocupados no ano retrasado, cresceu e passou a empregar 18,5% no ano passado. No país, também ocupou mais gente, passando de 17,4% para 17,8% em 2009. 

Em números absolutos, a quantidade de ocupados no DF cresceu entre 2008 e 2009 — foram 10 mil novos empregados. Entretanto, Adriana Berenguy destaca que as vagas estão relacionadas a um crescimento da População Economicamente Ativa (PEA) — pessoas aptas a trabalhar — e não à economia aquecida, já que 2009 foi um ano de recuo do emprego. Entre o ano retrasado e o passado, a PEA do DF subiu de 1,358 milhão para 1,373 milhão. 

1 - Estudo 
A Pnad teve início no segundo trimestre de 1967, sendo os seus resultados apresentados com periodicidade trimestral até o primeiro trimestre de 1970. A partir de 1971, os levantamentos passaram a ser anuais com realização no último trimestre. 

No DF, trabalha com uma amostragem de 4.014 domicílios, abarcando 11.458 pessoas.
(Júlio Miragaya, economista)
FONTE: Correio Braziliense

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