De janeiro a agosto, o Detran registrou 1.255.002 autuações, um aumento de 52,6% em relação ao mesmo período de 2009
A cada minuto, 3,6 multas aplicadas —
De janeiro a agosto, o Detran registrou 1.255.002 autuações, um aumento de 52,6% em relação ao mesmo período de 2009
A praticamente quatro meses do fim do ano, os flagrantes de infrações no trânsito já superaram os todos os registros de 2009. A média diária saltou de 3.394 para 5.185 este ano, um salto de 52,6%. O balanço é parcial e só contabiliza as multas já processadas. No total, foram 1.255.002 autuações ou 3,6 a cada minuto. Desrespeitos que já renderam ao Departamento de Trânsito (Detran) R$ 50.094.151,00 com multas.
Entre as infrações que mais cresceram no período estão a falta do uso do cinto de segurança, a mistura de álcool e direção e o uso de celular ao volante. Surpreendentemente, houve queda de 7,4% na média diária dos flagrantes de excesso de velocidade. Para o Detran, o aumento das multas não quer dizer, necessariamente, que o motorista está mais imprudente. O órgão sustenta que, apesar do número reduzido de agentes de trânsito, a fiscalização tem sido mais eficiente.
No começo do ano passado, o economista Jaques Humberto Rodrigues Alves teve o direito de dirigir suspenso por um mês. Acabou na sala de aula do Detran depois de acumular 30 pontos na CNH. De lá para cá, foi multado uma única vez. “Na escolinha, a gente aprende muita coisa e fica mais consciente em relação às leis de trânsito. Hoje, dirijo com mais cautela. Observo mais o limite de velocidade da via e, no sinal amarelo, na dúvida, eu espero”, diz.
Mas boa parte dos motoristas ainda não aprendeu que a prudência no trânsito salva vidas e evita multas. O diretor de Segurança no Trânsito, Silvain Fonseca, conta que preocupa o número de pessoas inabilitadas, especialmente entre os motociclistas. De cada 10 abordagens, constata-se que quatro deles não possuem o documento. E, apesar da proibição de dirigir alcoolizado, parte dos condutores ainda aposta na impunidade. “Os motoristas mudaram o comportamento. Alguns deixaram de beber e dirigir. Outros passaram a beber perto de casa. Como estamos atentos às mudanças, alteramos a fiscalização e pegamos esses também”, explica.
O número de autuações por desrespeito ao artigo 165 da Lei Federal nº 11.705/08, a lei seca, também reflete na quantidade de habilitações suspensas. De janeiro a agosto deste ano, a combinação álcool e volante foi a causa de mais da metade das suspensões do direito de dirigir. Das 2.735 carteiras suspensas, 1.635 (59,7%) foram por desrespeito à proibição de dirigir sob o efeito de álcool. É o maior percentual dos últimos 12 anos. “Estamos no limite, mas ainda conseguimos um bom resultado com o pessoal que temos. A frota cresce a uma velocidade de 100 mil novos veículos por ano e a estrutura permanece a mesma”, adverte Fonseca.
FONTE: Correio Braziliense