Após três altas consecutivas, Copom mantém taxa Selic em 10,75%, refletindo desaceleração do segundo trimestre . Para analistas, Selic não deve sofrer alterações até o fim de 2011, com a decisão ficando para o próximo governo
Após três altas consecutivas, Copom mantém taxa Selic em 10,75%, refletindo desaceleração do segundo trimestre
Para analistas, Selic não deve sofrer alterações até o fim de 2011, com a decisão ficando para o próximo governo
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu ontem manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,75% ao ano.
A decisão foi unânime e interrompe o último ciclo de aperto monetário do governo Lula. A taxa Selic começou a subir em abril. Na época, estava em 8,75% ao ano, menor nível da história recente.
A expectativa do mercado financeiro, no entanto, é que o BC deixe de herança para o próximo governo a tarefa de promover uma nova rodada de aumento, em 2011, para segurar a inflação.
A decisão de ontem era esperada pela maioria dos economistas. A previsão agora é que os juros terminem 2011 em 11,50% ao ano.
O Copom ainda tem duas reuniões neste ano, em outubro e dezembro, mas não há expectativas de mudanças.
O Copom ainda tem duas reuniões neste ano, em outubro e dezembro, mas não há expectativas de mudanças.
A Selic serve de base para o custo dos empréstimos a empresas e consumidores.
Para especialistas, o cenário agora é de estabilidade nos juros bancários, pois a alta esperada para a taxa básica no próximo ano deve ser compensada pela queda nos custos ligados à inadimplência, entre outros fatores.
Para especialistas, o cenário agora é de estabilidade nos juros bancários, pois a alta esperada para a taxa básica no próximo ano deve ser compensada pela queda nos custos ligados à inadimplência, entre outros fatores.
Na nota divulgada após a reunião, o Copom diz que "não espera que o nível de inflação registrado nos últimos meses se mantenha em um futuro próximo". Diz ainda que observa continuação do processo de redução de risco para o cenário inflacionário.
A decisão de manter a taxa básica reflete a avaliação do BC de que a economia brasileira teve forte desaceleração no segundo trimestre, quando cresceu a uma taxa próxima de 1%, abaixo dos quase 3% vistos no início do ano.
O dado oficial sobre o PIB do segundo trimestre será divulgado amanhã pelo IBGE.
Também pesaram na decisão a queda da inflação, devido ao recuo no preço dos alimentos, e à fraca recuperação da economia global.
Também pesaram na decisão a queda da inflação, devido ao recuo no preço dos alimentos, e à fraca recuperação da economia global.
Ao contrário do que ocorreu na reunião de julho, não houve divergências entre o discurso do Banco Central sobre a inflação e a decisão do Copom, segundo avaliação do mercado financeiro.
FONTE: Folha de São Paulo