Empréstimos consignados entre janeiro e julho deste ano somam R$ 15,9 bilhões contra R$ 22,7 bilhões de igual período de 2009
PREVIDÊNCIA SOCIAL —
Dívida de aposentado cai 30%
Empréstimos consignados entre janeiro e julho deste ano somam R$ 15,9 bilhões contra R$ 22,7 bilhões de igual período de 2009
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dão sinais cada vez mais fortes de esgotamento na capacidade de endividamento. Dados divulgados ontem pelo Ministério da Previdência mostram que, de janeiro a julho deste ano, o total de empréstimos consignados (com desconto em folha) somou RS$ 15,9 bilhões, volume 29,94% menor do que computado em igual período de 2009 (R$ 22,7 bilhões).
“Esses números não nos surpreendem. Desde o início do ano, temos percebido que os beneficiários do INSS já usaram uma boa parcela do limite máximo de 30% dos rendimentos que podem ser comprometidos com consignados”, disse um técnico do INSS. “Mas não há nada com o que se preocupar. Trata-se de um movimento esperado, natural”, acrescentou.
Para o Banco Central, o fôlego menor dos aposentados e pensionista em tomar dívidas veio em boa hora, pois significará uma pressão menor sobre o consumo — e, claro, sobre a inflação. Pelos levantamentos da instituição, o grosso do dinheiro oriundo dos empréstimos(1) é gasto com necessidades básicas, sustentando a remarcação de preços. “O ritmo de crescimento do consignado visto no início do ano não era sustentável. O ideal é que as liberações de financiamento avancem, mas sem um caráter explosivo, que pode levar à inadimplência”, afirmou um técnico do BC.
Em julho, segundo a Previdência, os beneficiários do INSS tomaram dívidas de R$ 2,3 bilhões, quantia 2,7% abaixo da verificada no mesmo mês de 2009. Foram realizadas 809.211 operações, um recuo de 16,45% frente a julho do ano passado. “O consignado está caindo, principalmente, no cartão de crédito”, assinalou o técnico do INSS. Segundo ele, no mês passado, foram apenas 9.632 operações nessa em tal modalidade, quantidade 52,84% inferior à de julho de 2009. Na mesma comparação, as liberações feitas pelos bancos somaram R$ 5 milhões, com queda de 71,98%.
O levantamento da Previdência indica que, na média, os segurados que recebem até um salário mínimo por mês contrataram R$ 2.151,83 em empréstimos pessoais. Já aqueles com renda entre um e três salários assumiram débitos médios de R$ 2.914,31. Na faixa dos aposentados e pensionistas que recebem acima de três salários mínimos, os contratos ficaram, também na média, em R$ 5.040,75.
Em julho, pouco mais da metade dos empréstimos (52,8%) foi fechada na Região Sudeste: R$ 1,17 bilhão, por meio de 395.174 contratos. No Nordeste, foram 202.839 operações, totalizando R$ 538,9 milhões.
1 - Risco próximo de zero
O crédito consignado é considerado um grande filão pelos bancos, pois o risco de perda é próximo de zero. De início, essas operações foram comandadas pelas instituições privadas de menor porte, mas, aos poucos, os bancos públicos, mais precisamente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, acabaram dominando os empréstimos. No geral, as taxas variam em torno de 2% ao mês.
“Esses números não nos surpreendem. Desde o início do ano, temos percebido que os beneficiários do INSS já usaram uma boa parcela do limite máximo de 30% dos rendimentos que podem ser comprometidos com consignados”, disse um técnico do INSS. “Mas não há nada com o que se preocupar. Trata-se de um movimento esperado, natural”, acrescentou.
Para o Banco Central, o fôlego menor dos aposentados e pensionista em tomar dívidas veio em boa hora, pois significará uma pressão menor sobre o consumo — e, claro, sobre a inflação. Pelos levantamentos da instituição, o grosso do dinheiro oriundo dos empréstimos(1) é gasto com necessidades básicas, sustentando a remarcação de preços. “O ritmo de crescimento do consignado visto no início do ano não era sustentável. O ideal é que as liberações de financiamento avancem, mas sem um caráter explosivo, que pode levar à inadimplência”, afirmou um técnico do BC.
Em julho, segundo a Previdência, os beneficiários do INSS tomaram dívidas de R$ 2,3 bilhões, quantia 2,7% abaixo da verificada no mesmo mês de 2009. Foram realizadas 809.211 operações, um recuo de 16,45% frente a julho do ano passado. “O consignado está caindo, principalmente, no cartão de crédito”, assinalou o técnico do INSS. Segundo ele, no mês passado, foram apenas 9.632 operações nessa em tal modalidade, quantidade 52,84% inferior à de julho de 2009. Na mesma comparação, as liberações feitas pelos bancos somaram R$ 5 milhões, com queda de 71,98%.
O levantamento da Previdência indica que, na média, os segurados que recebem até um salário mínimo por mês contrataram R$ 2.151,83 em empréstimos pessoais. Já aqueles com renda entre um e três salários assumiram débitos médios de R$ 2.914,31. Na faixa dos aposentados e pensionistas que recebem acima de três salários mínimos, os contratos ficaram, também na média, em R$ 5.040,75.
Em julho, pouco mais da metade dos empréstimos (52,8%) foi fechada na Região Sudeste: R$ 1,17 bilhão, por meio de 395.174 contratos. No Nordeste, foram 202.839 operações, totalizando R$ 538,9 milhões.
1 - Risco próximo de zero
O crédito consignado é considerado um grande filão pelos bancos, pois o risco de perda é próximo de zero. De início, essas operações foram comandadas pelas instituições privadas de menor porte, mas, aos poucos, os bancos públicos, mais precisamente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, acabaram dominando os empréstimos. No geral, as taxas variam em torno de 2% ao mês.
FONTE: Correio Braziliense