Idosas ativas precisam de menos drogas do que as sedentárias, mostra pesquisa da Universidade Federal de São Paulo
Exercícios reduzem o uso de remédios —
Idosas ativas precisam de menos drogas do que as sedentárias, mostra pesquisa da Universidade Federal de São Paulo
Estudos provam que as atividades físicas ajudam a tratar doenças, mas médicos não as receitam
Idosas que se exercitam de maneira regular consomem, em média, 34% menos remédios do que as sedentárias.
O dado, de uma nova pesquisa da Unifesp, reforça um conceito que vem somando evidências: o de que exercícios podem atuar como medicamentos, tanto prevenindo algumas doenças quanto ajudando no tratamento de outras. E, como os remédios, precisam de prescrição.
O assunto também foi um dos destaques do 22º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte, que aconteceu em Curitiba, na semana passada.
O estudo feito pela Unifesp, em parceria com o Celafiscs (Centro de Estudos e Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul), acompanhou 271 mulheres com mais de 60 anos, muitas delas com doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
Foram consideradas ativas aquelas que praticavam mais de 150 minutos de atividade física por semana. As consideradas sedentárias não faziam mais de dez minutos de esforço.
Foram consideradas ativas aquelas que praticavam mais de 150 minutos de atividade física por semana. As consideradas sedentárias não faziam mais de dez minutos de esforço.
"O estudo mostra que a atividade física pode estar fazendo um pouco o papel dos remédios", diz o educador físico Leonardo José da Silva, um dos autores da pesquisa. Pesquisas mostram que um idoso com doenças crônicas consome entre quatro e cinco remédios por dia.
"O sedentário tem cinco vezes mais chance de ter hipertensão arterial, por exemplo", diz José Kawazoe Lazzoli, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.
"Sabe-se que pessoas fisicamente ativas têm menos risco de doenças do coração como insuficiência cardíaca, além de diabetes e doenças respiratórias", completa.
Estudos mostram que, quando a pessoa já tem uma doença crônica, os exercícios podem atuar no controle, diminuindo a progressão da doença e o uso de remédios.
Prescrição Exata
Estudos mostram que, quando a pessoa já tem uma doença crônica, os exercícios podem atuar no controle, diminuindo a progressão da doença e o uso de remédios.
Prescrição Exata
"É consenso que os exercícios são coadjuvantes na prevenção e no tratamento de várias doenças, mas alguns médicos ainda não conseguem orientar a atividade de forma individualizada", diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Unifesp.
O tipo e a quantidade de exercícios devem ser prescritos em função do perfil do paciente e do objetivo. "De nada adianta ouvir um genérico "você precisa se exercitar". Se a dose for baixa demais, não terá efeito. Se for excessiva, há risco de efeitos colaterais, como lesões musculares, articulares e até morte súbita", diz Lazzoli.
Isso significa que um programa para quem quer perder peso é bem diferente daquele para quem precisa controlar a pressão alta. E mesmo jovens saudáveis devem passar por uma avaliação médica completa antes de começar a praticar esportes.
FONTE: Folha de São Paulo