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Nas 17 cidades pesquisadas, só uma registrou leve alta em julho se comparado a junho. Em Brasília, a queda chegou a 4%. Na capital federal, houve deflação no acumulado do ano

Preço da cesta básica cai pelo terceiro mês

Nas 17 cidades pesquisadas, só uma registrou leve alta em julho se comparado a junho. Em Brasília, a queda chegou a 4%. Na capital federal, houve deflação no acumulado do ano
A retomada da regularidade nas chuvas levou o preço da cesta básica a recuar pelo terceiro mês consecutivo na maioria das capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No mês passado, das 17 cidades consultadas, apenas em Belém houve variação positiva (0,05%), mas o valor é tão baixo que pode ser interpretado como estabilidade. Em 12 meses, entretanto, a cesta ficou mais cara em 15 cidades, com destaque para Goiânia (GO), onde os preços subiram 9,9%. Em Brasília, a cesta subiu 1,56% comparada a julho de 2009. Mas, em relação a junho, despencou 4%. No acumulado de janeiro a julho, a capital federal e o Rio de Janeiro foram as únicas cidades que registraram deflação. Em Recife, a alta, nos sete primeiros meses do ano, chegou a 17,23%.

O levantamento mostra ainda que o brasiliense precisa desembolsar R$ 221 para comprar uma cesta básica. A cidade mais cara é São Paulo: R$ 239. Já em Aracaju (SE) e Fortaleza (CE), os produtos essenciais custam R$ 181. A queda no preço do tomate, do açúcar e da batata — esta no Centro-Sul do país — foram os principais motivos para o alívio em julho. Segundo José Maurício Soares, coordenador da pesquisa, esses produtos vinham com preços muito altos nos últimos meses, devido ao excesso de chuvas entre junho de 2009 e abril deste ano, o que atrapalhou a produção. No Rio de Janeiro, por exemplo, o tomate ficou 41% mais barato em julho. Em Brasília, a queda foi de 33%.

Para o professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FVG) Fabio Gallo Garcia, o resultado comprova o cenário de desaceleração da economia ocasionado pela alta dos juros. Segundo ele, a tendência é de queda ainda maior. Para o segundo semestre, a expectativa é de que o fim da entressafra do pasto ajude a derrubar os preços do leite e da carne. “A variação do preço da carne dependerá ainda do comportamento da demanda externa. Se houver grande volume de exportações, a tendência poderá ser de aumento no produto.”

Além disso, o feijão e o arroz passarão por períodos de colheita nos próximos meses, o que pode ajudar a diminuir os preços. O feijão, por sinal, vem de uma tendência de alta na maioria das cidades, quando considerada a comparação com julho do ano passado. O produto registrou aumento em 16 capitais, assim como a carne, produto de maior peso na composição da cesta.
FONTE: Correio Braziliense

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