Bancos apostam US$ 13 bi no real

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Certos de que os preços do dólar cairão mais à frente, instituições ampliam movimento especulativo para garantir lucros maiores

Certos de que os preços do dólar cairão mais à frente, instituições ampliam movimento especulativo para garantir lucros maiores

Altamir, do BC, diz que moeda americana cede mesmo com fluxo negativo 

Apesar do crescente rombo nas contas externas e da saída maciça de recursos do país, os bancos estão apostando alto na queda do dólar ante o real. Dados do Banco Central mostram que, até o último dia 22, o movimento especulativo somava US$ 12,95 bilhões. Trata-se de um aumento de quase US$ 4 bilhões nas chamadas posições vendidas ante o fechamento de junho (US$ 9,05 bilhões). Ao seguirem nessa linha, as instituições financeiras estão se desfazendo de dólares para entrega futura, mesmo sem tê-los em carteira, acreditando que comprarão a divisa a preços menores mais à frente. Ou seja, lucrarão com a diferença de cotações.

 Apostas tão expressivas, baseadas na confiança de que o Brasil continuará crescendo a um ritmo forte, atraindo dólares principalmente para a bolsa de valores, estão assustando o governo. Elas minam todo o esforço do BC de comprar a moeda norte-americana no mercado para evitar uma supervalorização do real. Muito fortalecida, a divisa nacional se torna um problemão para os exportadores, que perdem competitividade no cenário internacional.

 Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, a posição de câmbio dos bancos é clara: “Eles estão vendo a possibilidade de ganhar com a valorização do real lá na frente”. Ontem, o movimento comandado pelas instituições não deu muito certo. O dólar encerrou o dia com ligeira alta de 0,3%, cotado a R$ 1,765.

Para mostrar que não está endossando as apostas dos bancos, o BC comprou US$ 822 milhões nos primeiros 22 dias deste mês, me
smo com o fluxo cambial tendo ficado negativo no período em US$ 2,93 bilhões. Desse montante, US$ 1,77 bilhão foi contabilizado na conta financeira, que engloba as aplicações em bolsa e em títulos públicos, e US$ 1,20 bilhão, na conta comercial.

Segundo Altamir, o fato de os exportadores poderem deixar seus dólares fora do país tem contribuído para o fluxo cambial negativo. Em junho, a soma do segmento comercial com o financeiro computou rombo de US$ 4,28 bilhões. No acumulado dos primeiros seis meses do ano, no entanto, o ingresso de recursos no país foi positivo em US$ 3,36 bilhões.
mesmos efeitos”, especifica. (MN)


(Vânia Cristino) (Victor Martins)

FONTE: Correio Braziliense

 

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