Na hora de eleger o local da casa que merece mais atenção quando o assunto é germes, a cozinha é um dos pontos mais votados. Segundo o Ministério da Saúde, de todos os 5.699 surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) registrados no país entre 1999 e 2007, a maioria (34,7%) ocorreu dentro de casa.
Na hora de eleger o local da casa que merece mais atenção quando o assunto é germes, a cozinha é um dos pontos mais votados. Segundo o Ministério da Saúde, de todos os 5.699 surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) registrados no país entre 1999 e 2007, a maioria (34,7%) ocorreu dentro de casa. O armazenamento incorreto dos alimentos e a exposição a temperaturas inadequadas criam um ambiente propício à multiplicação de microorganismos e estão entre as causas das DTAs. A principal vilã dos casos registrados foram as bactérias, responsáveis por 83,5% dos surtos.
Segundo a infectologista Polyana Monteiro, o que mais preocupa é a conservação dos alimentos, principalmente os de origem animal, como queijos, ovos, leite e carnes. “Se não forem bem conservados, eles podem favorecer a proliferação de bactérias que levam à intoxicação alimentar, que é uma das principais causas de diarreias agudas. Crianças, idosos e adultos com alguma imunodeficiência podem chegar a um quadro que requer hospitalização e uso de antimicrobianos”, afirma. Para o biomédico Roberto Figueiredo, a cozinha é o local mais contaminado da casa porque recebe germes diariamente, vindos de hortaliças, carnes e caixas, por exemplo. “E o local mais contaminado da cozinha é a esponja”, explica.
Doutora em micologia médica, Rejane Pereira Neves orienta que frutas e verduras devem ser bem lavados e enxutos antes de serem guardados. “A umidade da geladeira em conjunto com o saco plástico provoca a formação do que a gente chama de água de condensação e faz com que os alimentos sejam mais facilmente contaminados por fungos e bactérias”, explica. Outra dica, desta vez da farmacêutica Eulália Azevedo Ximenes, é abolir aquela lixeirinha que não raro habita os balcões das cozinhas brasileiras. “É um lixão numa visão micro. O lixo vai fermentar, as bactérias vão digerir aquele material e gerar uma quantidade bacteriana alta”, disse.
Mãe de Beatriz, 7 anos, e Gabriel, 13 anos, a veterinária Luciana Lima de Freitas diz que toma cuidados de higiene normais. Sem exagero. Ela mantém uma lixeirinha próxima à pia, mas garante que o reservatório é sempre lavado e fica bem tampado. A limpeza da casa, diz, é feita regularmente, mas sem neuroses. “Meus filhos estão sempre lavando as mãos, não colocam a mão na boca, os lixeiros ficam tampados e eu sempre lavo frutas e verduras antes de guardar, além das latas e dos potes de iogurte antes de consumir. Sou cautelosa, mas não dá para ficar numa redoma”, diz. Vale a lei do bom senso.