Reumatismo "democrático"

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Dores musculares ou nas juntas, rigidez nas articulações e febre são queixas comuns de pessoas que sofrem com as doenças reumáticas, popularmente conhecidas apenas como reumatismo. Artrite, artrose, gota, osteoporose, lúpus, fibromialgia e uma lista de pelo menos 150 outras patologias que comprometem o sistema músculo-esquelético estão incluídos nesse grupo de enfermidades.

Ao contrário do que se costuma imaginar, as doenças reumáticas não atingem apenas idosos.
Hoje, os males desse tipo são a principal causa de afastamento do trabalho por mais de 15 dias no Brasil

» MÁRCIA NERI

Dores musculares ou nas juntas, rigidez nas articulações e febre são queixas comuns de pessoas que sofrem com as doenças reumáticas, popularmente conhecidas apenas como reumatismo. Artrite, artrose, gota, osteoporose, lúpus, fibromialgia e uma lista de pelo menos 150 outras patologias que comprometem o sistema músculo-esquelético estão incluídos nesse grupo de enfermidades. No Brasil, as doenças reumáticas são a principal causa de afastamento do trabalho por mais de 15 dias consecutivos. O mesmo ocorre nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Canadá. Embora a prevalência do mal esteja aumentando com o envelhecimento da população no Brasil e no mundo, o reumatismo não atinge apenas idosos. Jovens e crianças também padecem com o problema.

Quando não tratadas, as doenças reumáticas podem comprometer todo o sistema músculo-esquelético e causar deformidades físicas e incapacidade funcional até para atividades rotineiras. Especialistas alertam que os primeiros sintomas, muitas vezes, são desprezados pelos pacientes, e que manifestações consideradas corriqueiras ou decorrentes da idade, como dor e dificuldade em realizar movimentos, não devem jamais serem ignoradas. “Toda dor deve ser investigada. Quanto antes o diagnóstico de uma patologia reumática for feito, mais chances a pessoa tem de se recuperar e levar uma vida normal”, garante o reumatologista Rodrigo Aires Correa Lima, presidente da Sociedade de Reumatologia de Brasília.

O médico lembra que, dependendo do tipo de reumatismo, a vida do paciente pode estar em risco, pois alguns tecidos e órgãos, como rins e pulmão, também são atingidos. “O reumatismo engloba de doenças simples, como tendinites ou bursites e dores na coluna, decorrentes da má postura ou de traumas, até males mais complexos que atingem o sistema imunológico. A artrite reumatoide, o lúpus e as vasculites afetam as articulações por um mecanismo autoimune. São enfermidades que atacam o próprio organismo e provocam a falência de outros órgãos, se não remediadas a tempo”, explica.

Orientação

Foi o que quase aconteceu com o servidor público Silvestre Viana da Silva Júnior, 26 anos. O primeiro sinal do lúpus foi uma tendinite que atingiu os pulsos quando ele ainda era criança. “O problema não melhorava. Passei por vários ortopedistas e não conseguia ficar curado. Quando a doença foi diagnosticada por um reumatologista, meus pulmões já estavam bem comprometidos, mas graças aos medicamentos consegui ficar bom”, diz. “Durante as crises, sofro com dor nas juntas, sempre relacionada ao movimento. Se fico parado, não sinto incômodo. Faço acompanhamento com reumatologista e, em 2009, não tive sequer uma crise. Os exercícios físicos também me auxiliam no combate ao mal. Aprendi que, quando bem acompanhado e orientado, o paciente com reumatismo pode viver normalmente”, comenta Silvestre.

Os casos considerados mais comuns de reumatismo estão no grupo das doenças degenerativas, causadas pelo envelhecimento e desgaste acelerado dos tecidos, sobretudo o osso, na osteoporose, e a cartilagem, na artrose. “Assim como a pele e o cabelo envelhecem, é natural que as articulações também passem por esse processo”, explica o reumatologista. “Outro grupo engloba as doenças metabólicas, quando um excesso de ácido  úrico é depositado nas articulações e outros tecidos. A mais comum é a gota ou artrite gotosa”, acrescenta o especialista.

O reumatologista Reno Coelho observa que os distúrbios do sono e humor também estão frequentemente associados às patologias reumatológicas. “A dor é responsável por esses problemas. É importante entender que, apesar de a maioria das doenças reumáticas não ter cura, o tratamento tem avançado muito”, afirma o médico. “Hoje, as medicações e terapias promovem grande alívio e boa qualidade de vida. Novas drogas, com menos efeitos adversos, têm surgido. Elas atuam nas proteínas que desencadeiam o processo inflamatório, inibindo essas estruturas e minimizando efeitos colaterais em pacientes vítimas de doenças autoimunes”, pondera Coelho.
 
Dor generalizada

A empresária Ana Carla Scalon, 41 anos, tem artrite reumatoide e sentiu em todas as partes do corpo as  dores provocadas pela enfermidade. “Começou com uma dor no joelho, que evoluiu e me deixou de cama por 72 dias. Não procurei um reumatologista porque imaginei que o problema fosse ortopédico. Quando cheguei a um especialista, a crise já estava instalada. Foi terrível, pois eu não conseguia nem escovar os dentes sozinha. Fiquei emocionalmente abalada, pois sou uma pessoa muito ativa”, conta. 

Ana Carla toma medicação para controlar  o problema e contou com a fisioterapia para se recuperar. “Não quero passar por uma nova crise e sei que isso também depende de mim. Por isso, sigo as recomendações. Faço exercício, tenho uma dieta equilibrada”, lembra. “O reumatismo não escolhe raça, sexo ou idade. A informação é o melhor tratamento. Pessoas conscientes do mal que a obesidade e o descuido com o corpo podem trazer são mais propícias a adotar hábitos saudáveis, que evitam a sobrecarga  das juntas e ossos. A atividade  física é importante para que as cartilagens, músculos e articulações não atrofiem”, garante Correa Lima.

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