Nos seis primeiros anos do governo Lula a oposição bradava, e a mídia repercutia intensamente, que a situação econômica do país se devia ao cenário internacional favorável, e não propriamente à competência da administração pública. O Brasil, pois, seria governado por uma entidade abstrata, denominada "cenário internacional".
Lúcio Flávio V. Lima*
Nos seis primeiros anos do governo Lula a oposição bradava, e a mídia repercutia intensamente, que a situação econômica do país se devia ao cenário internacional favorável, e não propriamente à competência da administração pública. O Brasil, pois, seria governado por uma entidade abstrata, denominada “cenário internacional”. A partir, porém, de setembro do ano passado, o mundo começou a desabar com a crise nos mercados financeiros, gerada desde os EUA e da União Europeia, em decorrência das políticas neoliberais adotadas pelas nações do Primeiro Mundo e de alguns emergentes. Foi um deus-nos-acuda! E agora, como fica o nosso país, sem governo?
O economista Bernardo Kucinski, em artigo para a “Revista do Brasil”, edição de abril/2009, diz que: “... a mídia brasileira, em vez de abandonar o discurso neoliberal da austeridade fiscal e superávit primário e defender as políticas anticíclicas adotadas por Lula, como mandava a severidade da crise, passou a ‘torcer’ pelo desastre. Motivos? Muitos. Entre eles: o objetivo político de classe, de acabar com a era Lula; o interesse estratégico do empresariado de alterar as relações de produção, extinguindo direitos trabalhistas; (...) o interesse próprio da mídia em derrubar o índice de aprovação de Lula, que vem desmoralizando seus colunistas e editorialistas”.
Desastre, felizmente, que não aconteceu, em função da solidez dos fundamentos econômicos construídos pela competência da equipe de governo formada pelo presidente Lula, uma vez que “governar não é ser sábio, mas saber cercar-se de sábios”, o Brasil começa a dar os primeiros sinais de recuperação, como mostra a criação de 106 mil empregos formais em abril. A inflação segue controlada, os juros em queda, e, em alta, a confiança de empresários e consumidores. Enquanto o “cenário internacional”, aquele que governava o Brasil, continua em deterioração.
*Lúcio Flávio V. Lima é conselheiro fiscal da AFABB-DF