A greve dos bancários não dá sinais de trégua e já ameaça serviços simples que podem ser realizados pelos clientes nos caixas eletrônicos. Como nas últimas paralisações, quanto mais o tempo passa, maiores são as chances de a rede de autoatendimento apresentar problemas. A adesão maciça de técnicos que atuam na retaguarda coloca em risco a tranquilidade dos correntistas que mesmo sem a presença de funcionários nos bancos conseguem efetuar uma série de operações.
Greve dos bancários chega à rede de autoatendimento e dificulta a vida do consumidor
• Luciano Pires
A greve dos bancários não dá sinais de trégua e já ameaça serviços simples que podem ser realizados pelos clientes nos caixas eletrônicos. Como nas últimas paralisações, quanto mais o tempo passa, maiores são as chances de a rede de autoatendimento apresentar problemas. A adesão maciça de técnicos que atuam na retaguarda coloca em risco a tranquilidade dos correntistas que mesmo sem a presença de funcionários nos bancos conseguem efetuar uma série de operações.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) fez um alerta ontem de que há riscos de faltar dinheiro para saque nos próximos dias nos caixas eletrônicos. O que se detecta é que o fornecimento está restrito às agências em funcionamento. Carlos Cordeiro, presidente da entidade, explicou que com a ampliação do número de agências fechadas — cerca de 5 mil em todo o país — a reposição de cédulas fica prejudica. “Não está descartada a falta de dinheiro. A greve cresceu desde sexta-feira”, completou. O movimento é nacional, teve início na quinta-feira passada e é por tempo indeterminado. De acordo com a Contraf, os 26 estados e o Distrito Federal aderiram.
No Distrito Federal, cerca de 200 agências fecharam total ou parcialmente até agora. Ontem, a categoria saiu em passeata do Setor Bancário Sul (SBS) até o Ministério da Fazenda. Os grevistas tentaram chamar a atenção do governo para a pauta de reivindicações apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Os bancários exigem 10% de reajuste salarial e aumento na participação de lucros e resultados (PLR). As instituições financeiras sinalizaram com 4,5% de ganho nos contracheques. As negociações entre patrões e empregados — que estavam suspensas desde a semana passada — foram retomadas. Em nota, a Fenaban ressaltou que o momento “implica em esforço mútuo na busca do entendimento”.
A organização que representa os bancos descartou qualquer tipo de instabilidade nos serviços disponíveis no auto-atendimento. A possibilidade de faltarem cédulas para saques também foi afastada. De acordo com a Fenaban, o abastecimento é feito regularmente por empresas terceirizadas que não participam da greve dos bancários. No DF, no entanto, algumas agências do Plano não tinham papel para a impressão de folhas de cheques avulsos.
Caso a caso
Ao Correio, os bancos reforçaram que ainda não detectaram irregularidades na reposição de dinheiro ou em qualquer outro tipo de serviço oferecido pelos caixas eletrônicos. Em comunicado, a Caixa justificou: “Visando a resguardar os interesses dos clientes e da população em geral, a Caixa realizou as adequações necessárias no abastecimento de numerário nos diversos canais de atendimento”. BBrasil, Bradesco e Itaú também tomaram providências para que os clientes não sejam prejudicados.