O BB E SEUS EXCESSOS

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Todos os cidadãos brasileiros, algum dia na vida, aprendem a amar o Banco do Brasil. Trata-se de respeito, de reconhecer que é um Banco diferente dos outros bancos: maior que os outros bancos públicos, e mais confiável que os bancos privados. O Banco do Brasil é admirado pela organização, pela importância social e cultural, pelos números, pela imagem de perenidade.

Homenagem crítica aos 200 anos

Todos os cidadãos brasileiros, algum dia na vida, aprendem a amar o Banco do Brasil. Trata-se de respeito, de reconhecer que é um Banco diferente dos outros bancos: maior que os outros bancos públicos, e mais confiável que os bancos privados. O Banco do Brasil é admirado pela organização, pela importância social e cultural, pelos números, pela imagem de perenidade.   

Mais ainda, o Banco do Brasil recebe a devoção dos seus funcionários. Muitos declaram sua paixão, dispostos a “dar a vida pelo Banco”. Milhares de jovens sonham “vestir a camisa” e fazer uma longa carreira profissional como funcionários do Banco do Brasil, assumindo, como virtudes suas, os atributos da instituição.
Quanto a nós, aposentados, nunca nos separamos da nossa “casa”, permanecemos cuidando dela até a morte. Vivemos nas cercanias, nas Aabb, Afabb, Anabb, Apabb, Coopabb e salas de aposentados. Todos nós, funcionários, aposentados, demissionários, pedevistas, cedidos, parlamentares, somos unidos no sentimento de pertencermos à “família BB”.
Surpreende, portanto, que o Banco do Brasil não seja incluído na lista das melhores empresas para se trabalhar em nosso País. Tal fato inexplicável enseja ponderações.
Alguns, nostálgicos, dirão que “o Banco não é mais aquele”, que foram-se os tempos do companheirismo, da igualdade de oportunidades, da estabilidade. Outros, razoáveis, que a perda da conta-movimento e a competição no sistema financeiro globalizado anularam a importância de Banco do Governo e impedem a missão de Banco Social. Seja qual for o ponto de vista, constatamos que o Banco do Brasil, afinal, é um mito, uma criação de cada um que tenta contar sua história.
A tentativa de homenagear um mito, nos seus duzentos anos, exige reflexão de igual magnitude. O Banco do Brasil é marcado pela coroa imperial de seus fundadores, ocupa a exclusiva posição de Banco do Estado Brasileiro, desde o Império até a República. Mas cabe a nós, os aposentados, o papel de heróis das suas incontáveis conquistas, ano após ano.
Fomos o exército desbravador das fronteiras agrícolas, industriais e tecnológicas, os arquitetos das estruturas burocráticas perfeitas, os sacerdotes dos normativos e controles irreplicáveis. Quem não lembra, com saudosa memória, os tempos da DIRUR, CREGE, CREAI, do DEORG, FUNCI, DESIS, da INGER... Nós, os aposentados, nos arrogamos o mérito de verdadeiros criadores do Banco do Brasil. Reconheçamos: tudo na base do exagero, ou do excesso.
O excesso caracteriza os tempos modernos, desde que o ser humano abandonou a tirania dos deuses gregos e o determinismo teísta da idade média. Ao assumir sua existência e seu destino, o homem tem o dever ético de sobreviver, escolher, decidir, romper limites, realizar e superar metas. Tarefa hercúlea, para voltar aos clássicos!
Neste ponto da história, é que se encontram os antigos e os novos funcionários. Por causa do nosso grandioso legado, os novos sofrem com os excessos de expectativas, de ambições, de metas, de filas, de treinamentos, de cargos, de oportunidades, e até de imagem: “Todo seu”! O excesso de ser o melhor causa estresse, gera incertezas, descrenças, assédios, devasta qualquer possibilidade de satisfação. De outro lado, o conforto burocrático favorece a acomodação e a inércia.
Caros colegas, amar “o Banco” é o destino que nos une e nos condena a prosseguir. Cada um deve assumir a responsabilidade de curar o desalento da nossa “família”, e recriar a imagem sã do Banco do Brasil.
 
Rosa Said
Aposentada,
ex-diretora de Gestão de Pessoas
do Banco do Brasil

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