A idade faz com que os ossos ganhem porosidade e, conseqüentemente, fiquem mais vulneráveis a fraturas e luxações. Entre as mulheres, há uma maior preocupação com o diagnóstico e prevenção da osteoporose. No entanto, o mal não é exclusivo delas. Os homens também podem desenvolver a doença, considerada crônica e degenerativa por exigir tratamento contínuo.
A idade faz com que os ossos ganhem porosidade e, conseqüentemente, fiquem mais vulneráveis a fraturas e luxações. Entre as mulheres, há uma maior preocupação com o diagnóstico e prevenção da osteoporose. No entanto, o mal não é exclusivo delas. Os homens também podem desenvolver a doença, considerada crônica e degenerativa por exigir tratamento contínuo. A proporção entre eles é menor. Entre mulheres claras com mais de 50 anos, a incidência fica entre 15% e 20%. Para homens nesse mesmo perfil, esse índice varia de 4% a 6%.
A doença é resultado da dificuldade de retenção de cálcio pelo osso, que pode ser provocada por diversos fatores. Um dos mais expressivos é a queda das taxas de testosterona, provocada pelo avanço da idade. Apesar de ser um diagnóstico simples, muitos homens só descobrem a osteoporose quando o osso já fragilizado sofre alguma lesão. Cabe aos médicos sugerirem a análise óssea para os pacientes com mais de 50 anos.
Como muitos homens só procuram o consultório médico para os exames periódicos de próstata, muitos urologistas têm aproveitado a consulta para pedir a densitometria óssea — exame que detecta o problema. Evandro Cunha, diretor do Hospital Urológico de Brasília, explica que a prática tem se tornado mais corriqueira. “Aproveitamos também para pedir medições de testosterona, como um trabalho preventivo. Se o exame apresenta uma baixa acentuada no hormônio, também prescrevemos a reposição”, explica.
Palavra do especialista
O diagnóstico de osteoporose nos homens é mais complicado que em mulheres?
Na prática, ambos os casos são diagnosticados da mesma forma. No entanto, há uma dificuldade maior de detectar a doença entre homens porque eles não costumam realizar exames periódicos — o que os difere bastante das mulheres. Isso faz com que a osteoporose avance e comprometa mais os ossos. Muitos casos só são descobertos com alguma fratura ou luxação.
A reposição hormonal é um caminho para evitar a osteoporose?
Podemos dizer que a degeneração dos ossos é uma conseqüência natural da longevidade. O problema é que, para alguns homens, a doença se manifesta mais cedo e em grau avançado. Diferentemente da mulher, em que as alterações hormonais são pontuadas pela menopausa, o homem sofre uma queda gradual da testosterona. O hormônio masculino é um dos fatores que pode influenciar na reposição do cálcio. Avaliar a queda gradual e propor uma reposição pode evitar uma piora no quadro da osteoporose.
A comunidade médica está atenta para a prevenção?
Nem sempre. Ir ao consultório ainda é uma grande barreira para os homens. Muitos fazem somente a revisão dos exames de próstata e cardíacos. Cabe então aos especialistas nessas áreas sugerir o exame, ressaltando a importância do diagnóstico precoce para um tratamento mais eficiente.
João Lindolfo Borges é endocrinologista especialista em metabolismo ósseo e diretor do Centro de Pesquisa Clínica Brasileira