Matéria para discussão

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Foi divulgada uma matéria no jornal "O Estado de S. Paulo" que eu acho interessante para discutirmos. Ela diz respeito à tendência de redução de taxa de juros que acaba dificultando o cumprimento da meta mínima de rentabilidade (meta atuarial) prevista na legislação (INPC + 5,75% a.a., no caso da Previ) aos investimentos feitos pelas Fundações.

Foi divulgada uma matéria no jornal "O Estado de S. Paulo" que eu acho interessante para discutirmos. Ela diz respeito à tendência de redução de taxa de juros que acaba dificultando o cumprimento da meta mínima de rentabilidade (meta atuarial) prevista na legislação (INPC + 5,75% a.a., no caso da Previ) aos investimentos feitos pelas Fundações. Os fundos de pensão terão duas saídas: ou busca investimentos que propiciem maior rentabilidade, porém com um maior risco ou, trabalham para reduzir a taxa atuarial que traz um custo que seria descontado do superávit.

O Plano 1 da Previ é um plano fechado (não entra mais ninguém), BD (Benefício definido) e maduro (a grande maioria dos associados é formada por aposentados). A teoria é que um plano maduro não deve ser arriscado em seus investimentos, tendo em vista que já acumularam recursos suficientes para cumprir com suas obrigações - os benefícios que serão pagos aos seus associados (provisões matemáticas). Buscar investimentos que podem trazer uma rentabilidade maior, porém com um maior risco está mais ligado ao perfil do Plano Previ Futuro, que é um plano novo, em regime de captação de recursos, visto que a aposentadoria dos seus associados ainda está muito distante. Este será o grande dilema dos fundos: investe com mais risco x redução da taxa atuarial.

A idéia da SPC é aumentar o limite para investimentos em renda variável, que hoje é de 50%, para 70%, o que faria com que a Previ se enquadrasse imediatamente à legislação, inclusive abrindo uma brecha para que ela pudesse investir mais alguns bilhões de reais em ativos de renda variável.

Como é uma questão polêmica e que vale a pena aprofundarmos, pois tratam-se dos nossos recursos, do nosso futuro, eu coloco o assunto em discussão. Conto com a participação dos colegas.

Cecília Garcez

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Matéria do jornal O Estado de S. Paulo

Governo prepara mudança em regras de fundos

Fundos de pensão buscam investimentos alternativos para compensar queda dos juros

Os fundos de pensão brasileiros enfrentam um dilema provocado pela queda acentuada da taxa básica de juros (Selic). Com o fim do retorno alto e garantido dos títulos públicos, as fundações começam a discutir a necessidade de reduzir a taxa de referência para suas aplicações e aumentar os investimentos em ativos de maior risco. Gestores e representantes da indústria que administra cerca de R$ 450 bilhões apostam que a manutenção de uma referência de ganho de 6% acima da inflação, a chamada meta atuarial, praticada por muitas das 372 entidades fechadas de previdência no País, é incompatível com um cenário de juro básico de um dígito. Enquanto alguns fundos de pensão já iniciaram as discussões ou até mesmo aprovaram reduções em suas metas atuariais, como a gigante Previ fez em 2008, o governo federal trabalha na reformulação das regras de investimento do setor. As novas regras permitirão a alocação de volumes maiores de dinheiro em instrumentos de renda variável, como ações e fundos imobiliários. As mudanças, que devem ser submetidas ao Conselho Monetário Nacional (CMN) dentro de dois meses, são consideradas positivas pelo setor, mas a mudança na atual estrutura de investimentos dos fundos, que aplicam mais de 60% de seus recursos em renda fixa, será lenta e gradual, segundo avalia o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José de Souza Mendonça. "Entre liquidez, rentabilidade e segurança, o que vem primeiro é a segurança", afirmou Mendonça, que também dirige a Indusprevi, a sociedade de previdência privada do Rio Grande do Sul, que administra uma carteira de R$ 240 milhões e tem 4 mil participantes. "É chegada a hora de os gestores ganharem dinheiro não apenas sentados em cima de títulos públicos, mas aplicando em outros ativos, investimentos mais salutares para a economia", afirma Bruno Lembi, da M2 Investimentos em São Paulo. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic em todas as quatro reuniões realizadas este ano, jogando a taxa para inéditos 9,25% ao ano. Como o mercado espera que a taxa encerre o ano em 8,75%, a tarefa dos fundos de pensão de garantir um rendimento real de 6% é ainda mais complicada.

SEM AVENTURAS
Fábio Ohara Ishigami, diretor da gestora de recursos Rio Bravo, que atende mais de 35 fundos de pensão e administra uma carteira de R$ 2,5 bilhões, acredita que mudanças graduais são mais salutares para o sistema. "Você não pode forçar o sistema a absorver uma cultura de alocação de risco muito repentinamente", afirma Ishigami, que foi coordenador-geral de investimentos da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), órgão do Ministério da Previdência Social que fiscaliza o setor, entre 2001 e 2002. No caso das metas atuariais, o preceito de cautela é ainda mais premente, segundo avalia Ishigami, uma vez que a redução da meta significa uma despesa para a patrocinadora do fundo, no caso dos chamados planos de benefício definido, que permitem ao contratante saber quanto receberá no futuro. "Essa questão de redução da meta atuarial é supercomplexa, envolve basicamente alguém colocar mais dinheiro e quando a mudança envolve colocar mais dinheiro, a discussão é sempre bastante longa", diz Ishigami.

 

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