A comissão especial que analisa os efeitos da crise na área de Sistema Financeiro e Mercado marcou para o próximo dia 16 a apresentação do seu relatório final. Os integrantes do colegiado terão até o dia 12 para apresentar emendas.
A comissão especial que analisa os efeitos da crise na área de Sistema Financeiro e Mercado marcou para o próximo dia 16 a apresentação do seu relatório final. Os integrantes do colegiado terão até o dia 12 para apresentar emendas. Nesta terça-feira, o deputado Antonio Palocci (PT-SP) apresentou um roteiro do relatório. Dividido em cinco partes, o texto inclui pontos como o histórico do sistema financeiro do Brasil; spread bancário; mercados de cartões, de capitais e de seguros; e Previdência.
Segundo o relator, nem todas essas questões serão temas de propostas da comissão. Porém, Antonio Palocci adiantou uma das sugestões para minimizar os efeitos da crise: a ideia é aprovar uma lei sobre a concorrência no setor dos bancos.
Ele argumentou que hoje, no caso de concentração bancária, há indefinição de competências do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade): "É necessário haver uma legislação que clarifique isso e transfira, ao Cade, a responsabilidade sobre a defesa da concorrência também no setor financeiro. Ficaria para o BC a avaliação de situações que envolvam risco sistêmico - essa é uma função específica do BC, mas fora disso as análises seriam transferidas para o Cade", explicou.
Perdas
Ao analisar a crise mundial, Antonio Palocci disse que o pior já passou e não há sinais de agravamento do cenário econômico. Por outro lado, avaliou que são impressionantes as perdas na renda, na produção industrial e no comércio em todo o mundo. Segundo ele, a economia mundial vai levar alguns anos para retomar o nível de crescimento observado até o meio de 2008.
Palocci concluiu que o Brasil sofreu os efeitos, mas resistiu bem à crise. Ele disse que o País retomou a geração de empregos e que o segundo trimestre mostrou sinais mais claros de crescimento. "Já países como os Estados Unidos, que representam 25% da economia mundial, demorarão ainda algum tempo para retomar suas atividades", afirmou.