Bancos federais sentem mais os efeitos da crise nos lucros

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Principal instrumento do governo para tentar amenizar os impactos da crise externa na economia brasileira, os bancos federais estão entre as instituições financeiras que registraram as quedas mais expressivas do lucro por causa da turbulência financeira, iniciada em setembro do ano passado, com a quebra do americano Lehman Brothers.

Principal instrumento do governo para tentar amenizar os impactos da crise externa na economia brasileira, os bancos federais estão entre as instituições financeiras que registraram as quedas mais expressivas do lucro por causa da turbulência financeira, iniciada em setembro do ano passado, com a quebra do americano Lehman Brothers.
Depois da Caixa Econômica Federal, que reduziu quase à metade o lucro do primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008 (queda de 48,22%), o Banco do Brasil anunciou, ontem, um resultado 29,1% menor: passou de R$ 2,347 bilhões para R$ 1,665 bilhão.
No mesmo período, o lucro do Bradesco caiu 18%, e o do Itaú-Unibanco, 27,66%. Os dados divulgados mostram ainda que o impacto poderia ter sido pior para o BB se o banco seguisse a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de intensificar a redução nos "spreads", o valor cobrado a mais dos clientes para emprestar os recursos captados no mercado.
A queda de braços do Banco do Brasil com o governo no debate sobre diminuição dos "spread" para tentar fazer direcionar o mercado levou à demissão do presidente da instituição Luiz Francisco de Lima Neto e, na sequência, à mudança da cúpula da instituição.
Entre dezembro do ano passado e março deste ano, o "spread" das operações de crédito totais ficou praticamente estável. Isso apesar de ter havido uma queda maior desse indicador nas transações com pessoas físicas -de 21,6% para 20,5%. A redução para as empresas foi pequena (de 7,3% para 7,2%) e para os produtores rurais até subiu: 5,6% para 5,9%.
Mesmo com "spread" ainda alto para o gosto do presidente, o BB encolheu seu lucro. O problema é que o risco das operações do banco tem aumentado. O banco tem inadimplência abaixo da média do mercado. No trimestre, os crédito com mais de 90 dias de atraso subiram de 2,4% para 2,7% do total da carteira ante 3,6% dos demais bancos.
Quanto maior o risco de não receber os empréstimos concedidos, mais o BB precisa elevar as reservas contra calotes, chamada no jargão financeiro de provisões. Considerando apenas a parcela relativa à carteira de crédito, elas subiram em R$ 2,491 bilhões.
No final do ano passado, o BB já havia reservado outros R$ 2,240 bilhões com a mesma finalidade. Esses gastos -aliados ao impacto negativo que a queda da taxa Selic, fixada pelo Banco Central, teve nas receitas com a negociação de títulos públicos e à redução de 3,7% nos ganhos com tarifas- não foram compensados pelo crescimento do crédito.

Mercado
Apesar de ter conseguido ganhar mercado com as operações de compra de carteiras para socorrer bancos menores que tiveram dificuldade de caixa no auge da crise, o resultado não foi suficiente para anular a piora verificada nas provisões.
Enquanto a carteira de crédito do BB cresceu 1,6% no trimestre em comparação com o último trimestre de 2008, as provisões subiram 11,2% e somaram R$ 2,491 bilhões, no período de janeiro a março. Mesmo considerando a incorporação da Nossa Caixa, o resultado ainda é negativo. Com a contabilização dos créditos concedidos pelo banco paulista, o total de créditos sobe 7,6% (alcançando R$ 254,4 bilhões).
"Apesar da queda no lucro, o resultado é reflexo da crise e foi considerado bom, principalmente se avaliarmos que, no mundo todo, os bancos estão dando prejuízo", defende o gerente-geral de Relações com Investidores, Marco Geovanne.
Segundo ele, "o cenário externo adverso" foi o que levou à queda nas receitas com operações de crédito, que passaram de R$ 11,160 bilhões, em dezembro, para R$ 8,951 bilhões, em março.

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