Mantega obtém maior controle sobre o BB

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Com a troca da cúpula do Banco do Brasil, o ministro Guido Mantega (Fazenda) passará a ter, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, em 2006, maior controle sobre a instituição. Apesar de o governo federal ser o acionista majoritário e o BB estar subordinado à Fazenda, o que prevaleceu desde o início do governo Lula foi a disputa dentro do PT, partido do presidente Lula, para lotear o banco.

Com a troca da cúpula do Banco do Brasil, o ministro Guido Mantega (Fazenda) passará a ter, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, em 2006, maior controle sobre a instituição. Apesar de o governo federal ser o acionista majoritário e o BB estar subordinado à Fazenda, o que prevaleceu desde o início do governo Lula foi a disputa dentro do PT, partido do presidente Lula, para lotear o banco.

No entanto, os petistas nunca conseguiram a presidência do banco, que ficou sempre na mão de um técnico. Em parte, isso aconteceu por causa dos sucessivos escândalos que envolveram o BB. Foi o caso do dossiê montado contra tucanos durante a eleição de 2006. Na época, o ex-diretor de risco da instituição Expedito Veloso foi acusado de ajudar na montagem do documento.

Foi nesse contexto que Antônio Francisco de Lima Neto, que deixou a presidência do BB na semana passada, assumiu o comando do banco. Em vez de uma escolha pessoal de Mantega, que meses antes havia substituído Antonio Palocci Filho -envolvido no episódio de quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa-, Lima Neto foi a solução doméstica para tentar passar ao mercado a imagem de independência do BB e de gestão profissional.

A estratégia não era vista como um problema até a eclosão da crise financeira, no final do ano passado, quando Lima Neto ficou no centro da polêmica sobre a queda dos juros e dos "spreads" bancários (valor cobrado a mais pelos bancos para repassar aos clientes o dinheiro captado no mercado), fragilizando Mantega no eterno embate dentro do governo com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Até então prevalecia a visão de que o BB, por ter ações em Bolsa -e, portanto, obrigação de prestar contas aos acionistas minoritários-, precisava de uma gestão diferenciada dos outros bancos federais, como a Caixa Econômica Federal.

A ideia, agora, ante a onda mundial de estatização de bancos, é contar com o BB como instrumento de desenvolvimento, fazendo o que o governo decidir. Ao mesmo tempo, Mantega resolveu um problema que foi empurrado para ele por Meirelles. Na tentativa de retirar do BC a pressão para redução dos juros, Meirelles culpou os bancos e disse que, com os altos "spreads", de nada adiantava a queda da taxa Selic.
Ao citar dados de instituições oficiais e privadas, o presidente do BC teve bate-boca com Lima Neto. Desde então, o ex-presidente do BB passou a ser um incômodo para Mantega, cobrado por não enquadrar o BB.
Com a saída dele e a escolha de Aldemir Bendine para a presidência do BB, Mantega inaugura uma nova fase. Mesmo sem ser filiado ao PT, o novo presidente tem afinidade e bom trânsito com os petistas. Os novos vice-presidentes seguem a mesma linha.
Por isso, na equipe econômica, fala-se que acabou a fase em que a Fazenda mal sabia o que ocorria no BB. Ao contrário, segundo a Folha apurou, a avaliação é que o BB estará completamente integrado à política econômica de Mantega.

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