Por determinação do presidente Lula, os bancos públicos anunciarão, até o próximo dia 13, uma redução conjunta dos juros dos empréstimos e do chamado spread - a diferença entre quanto pagam para captar recursos no mercado e quanto cobram para repassá-los à clientela. Lula exigiu a medida em reunião no último dia 22, no Palácio do Planalto, com os presidentes de cinco instituições. Na ocasião, deixou claro que cabe principalmente ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal irrigarem a economia com crédito mais barato, aumentando a competitividade no setor. Irritado, Lula fixou um prazo de 20 dias para que isso ocorra. Além do BB e da Caixa, a intimação vale para o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os bancos do Nordeste (BNB) e da Amazônia (Basa).
Por determinação do presidente Lula, os bancos públicos anunciarão, até o próximo dia 13, uma redução conjunta dos juros dos empréstimos e do chamado spread — a diferença entre quanto pagam para captar recursos no mercado e quanto cobram para repassá-los à clientela. Lula exigiu a medida em reunião no último dia 22, no Palácio do Planalto, com os presidentes de cinco instituições. Na ocasião, deixou claro que cabe principalmente ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal irrigarem a economia com crédito mais barato, aumentando a competitividade no setor. Irritado, Lula fixou um prazo de 20 dias para que isso ocorra. Além do BB e da Caixa, a intimação vale para o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os bancos do Nordeste (BNB) e da Amazônia (Basa).
“O governo quer que os bancos públicos liderem o processo de redução do spread”, diz um dos ministros mais próximos de Lula. O presidente está contrariado porque foi convencido de que o spread está cheio de “gordura” e “penduricalhos”, conforme expressões que usa com frequencia. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi decisivo para que tal discurso passasse ao ser entoado pelo Planalto, ao lembrar que os spreads subiram mesmo com a liberação de R$ 84,5 bilhões em depósitos compulsórios entre setembro e dezembro do ano passado. No mesmo período, frisou Meirelles, o spread médio dos bancos passou de 26,4 para 30,6 pontos percentuais, um aumento de 4,2 pontos, e a taxa básica (Selic) permaneceu em 13,75% ao ano. Em 21 de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC a reduziu para 12,75%.
Com isso, Meirelles deu a senha para que Lula fosse para cima dos bancos públicos. E mesmo o fato de o BB e a Caixa terem anunciado pequenos cortes nas taxas não minimizou a cobrança do presidente. Revigorado das férias, Lula se mostrou contrariado sobretudo com o BB. Afirmou que a instituição atuou como “bancão” ao subir o spread em plena crise, quando pessoas físicas e empresas mais precisam de dinheiro. Foi um erro crasso, segundo o presidente, já que o BB poderia manter altos níveis de lucro se emprestasse para mais clientes e com taxas mais baratas, justamente o caminho contrário do escolhido. O BNB também recebeu um estocada. Lula ironizou o “Crediamigo” da instituição, com juros anuais de 36% ao ano. “Está mais para credi-inimigo”, reclamou.
Para reforçar ainda mais a competitividade no setor, o BC passará a divulgar os nomes dos bancos que cobram os juros mais altos e têm os maiores spreads. “Numa crise como essa, é guerra. Temos que usar todos os instrumentos disponíveis para aumentar a competitividade entre os bancos”, afirma um técnico do BC. Segundo ele, atualmente, o BB e a Nossa Caixa figuram entre os que cobram maiores juros, e, muito certamente, também os maiores spreads, já que, em média, 60% dos cobrados por um banco se referem a esse indicador.