BB teme calote e faz provisão extra de R$ 1,7 bi

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O Banco do Brasil anunciou na última sexta-feira (23/1) que fez provisão extra de R$ 1,7 bilhão para cobrir eventuais prejuízos com calotes em operações de crédito. A instituição explica que a decisão foi tomada "diante da atual conjuntura econômica" e que a ação reforça a prudência e o conservadorismo do banco. O BB nega que a provisão tenha sido necessária para cobrir eventual onda de inadimplência gerada pela crise financeira. A medida mostra, no entanto, que o banco trabalha com um cenário pior para o crédito no futuro.

O Banco do Brasil anunciou na última sexta-feira (23/1) que fez provisão extra de R$ 1,7 bilhão para cobrir eventuais prejuízos com calotes em operações de crédito. A instituição explica que a decisão foi tomada “diante da atual conjuntura econômica” e que a ação reforça a prudência e o conservadorismo do banco. O BB nega que a provisão tenha sido necessária para cobrir eventual onda de inadimplência gerada pela crise financeira. A medida mostra, no entanto, que o banco trabalha com um cenário pior para o crédito no futuro.

O valor adicional destinado à cobertura de possíveis calotes é mais do que foi provisionado em todo o terceiro trimestre de 2008 (R$ 1,3 bilhão) e corresponde a 36% do valor reservado durante os nove primeiros meses do ano passado (R$ 4,7 bilhões). O balanço do quarto trimestre ainda não foi divulgado.
Em comunicado, a direção do banco admite que o cenário econômico fez a instituição revisar os “modelos estatísticos de perda esperada de crédito”. Esse quadro poderia, eventualmente, impactar o resultado da instituição.

O BB classifica a decisão como uma “ação preventiva” porque a provisão é superior à exigida pelo Banco Central. No início da semana, reportagem do Estado mostrou que bancos públicos, como o BB, se expõem mais ao risco que os concorrentes privados, o que aumenta a possibilidade de calote.

O banco federal nega que a medida tenha relação com uma eventual deterioração da qualidade da sua carteira de crédito. Segundo a assessoria de imprensa do BB, “dados do terceiro trimestre mostram o contrário”, com inadimplência mais baixa que a média. Números do quarto trimestre, que ainda não foram fechados, indicariam que o calote continuaria inferior ao registrado nos concorrentes.

O BB, vale lembrar, foi um dos bancos que mais adquiriu carteiras de crédito de instituições de menor porte no último trimestre de 2008. Ao mesmo tempo, analistas têm alertado para a chance de alta da inadimplência nas operações de varejo com o aumento do desemprego e entre as empresas, pela menor demanda.

Ainda na sexta-feira, o BB foi beneficiado por uma ação do governo. Uma medida provisória vai evitar que o banco tenha de pagar imediatamente R$ 1,5 bilhão em impostos à Receita Federal, o que reduziria significativamente o capital de giro do banco em momento de aperto de liquidez no mercado de crédito.

A MP muda o regime de recolhimento de tributos das empresas patrocinadoras de fundos de pensão. O BB informou que espera receber futuramente R$ 5,3 bilhões pelo ganho financeiro obtido em 2008 pelo fundo dos seus funcionários, a Previ, que é o maior do País. Desse montante, o BB estimou que R$ 1,5 bilhão serão pagos em tributos ao Fisco. Originalmente, esse valor teria de ser repassado à Receita imediatamente, antes mesmo do recebimento efetivo dos recursos. Agora, com a MP, a despesa só será feita quando o dinheiro da Previ efetivamente entrar no caixa do banco.

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