OS BANCOS E A CRISE

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No sistema capitalista consolidou-se o entendimento de que dinheiro não tem pátria; nem banqueiro tem alma, acrescentamos. Essa é a regra geral. Seria, portanto, incoerente exigir deles, por exemplo, patriotismo. Mas alguma responsabilidade social seria plausível, até porque é uma atividade privilegiada, como agora se comprovou, mais uma vez, na crise mundial originária do e no próprio sistema financeiro, quando governos e bancos centrais ao redor do mundo injetaram trilhões para socorrer bancos falidos, cujos dirigentes praticaram administração temerária.

No sistema capitalista consolidou-se o entendimento de que dinheiro não tem pátria; nem banqueiro tem alma, acrescentamos. Essa é a regra geral. Seria, portanto, incoerente exigir deles, por exemplo, patriotismo. Mas alguma responsabilidade social seria plausível, até porque é uma atividade privilegiada, como agora se comprovou, mais uma vez, na crise mundial originária do e no próprio sistema financeiro, quando governos e bancos centrais ao redor do mundo injetaram trilhões para socorrer bancos falidos, cujos dirigentes praticaram administração temerária.

No Brasil, o Banco Central liberou volumosos recursos dos depósitos compulsórios dos bancos, injetando liquidez no sistema, mas com a exigência de que o dinheiro disponibilizado fosse aplicado em financiamentos ao setor produtivo, evitando, assim, a redução da atividade econômica e o conseqüente desemprego. O que fez a rede bancária? Na ganância desenfreada de mais e mais lucros vem aplicando os recursos na aquisição de papéis do governo, que oferecem mais segurança e maior rentabilidade. O melhor dos mundos, em detrimento do país e da população.
Infelizmente, essa insensibilidade se estende também ao tratamento dispensado aos bancários, através do pagamento de salários aviltados e fixação de metas irrealistas que sufocam o pessoal que lida diretamente com o público. Não contentes, os banqueiros criaram agora a figura da lateralidade, seja lá o que isso signifique, que na prática se traduz no não pagamento de substituições ao funcionário que assume maior responsabilidade, sem a contrapartida de aumento da remuneração. É injusto e, talvez, ilegal. É a velha e sempre exploração do homem pelo homem. A propósito, essa agora trombeteada fusão Itaú/Unibanco certamente vai provocar a demissão de milhares de empregados dos dois bancos, em nome da competitividade e redução de custos. Tais distorções precisam ser coibidas pela intervenção do governo, inclusive mediante a estatização da atividade, que não pode ficar à mercê do capitalismo predador.

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