Em um cenário marcado por diferentes notícias negativas, as Bolsas de Valores não encontraram ânimo para subir no primeiro pregão da semana. A Bovespa seguiu Wall Street, acelerou as perdas no final e encerrou com baixa de 2,68%.
Em um cenário marcado por diferentes notícias negativas, as Bolsas de Valores não encontraram ânimo para subir no primeiro pregão da semana. A Bovespa seguiu Wall Street, acelerou as perdas no final e encerrou com baixa de 2,68%.
Além de o esperado socorro às montadoras de automóveis dos EUA não sair, o mercado tem começado a conhecer os estragos causados pelas fraudes de que é acusado o gestor Bernard Madoff. Ontem também foi conhecido o resultado da produção industrial americana, que recuou 0,6% em novembro. A utilização da capacidade instalada da indústria do país caiu de 76% em outubro para 75,4% em novembro.
O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas de maior liquidez, melhorou no fim do pregão, mas terminou com recuo de 0,75%. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 2,10%.
No mercado de câmbio brasileiro, a pressão sobre as cotações cresceu no fim do dia, o que levou a moeda a encerrar vendida a R$ 2,389, com alta de 0,97%. A moeda norte-americana bateu em R$ 2,345 na cotação mínima do dia.
Estima-se que o esquema de Madoff, ex-presidente da Nasdaq, afete US$ 50 bilhões em investimentos, trazendo prejuízo para bancos e grandes investidores internacionais. Diferentes instituições financeiras pelo mundo, como Santander, BNP Paribas e HSBC, já anunciaram que tiveram ou podem ter perdas devido ao esquema fraudulento.
Ações de bancos estiveram entre as mais pesadas perdas em Wall Street. O mesmo ocorreu na Bovespa, mesmo com os bancos nacionais distantes do escândalo de Madoff.
Os papéis das maiores instituições financeiras brasileiras tiveram quedas elevadas, o que absorveu o impacto positivo da alta registrada pelas ações da Petrobras, que subiram 1,32% (preferenciais).
A ação preferencial do Itaú terminou o pregão com baixa de 6,66%; Banco do Brasil ON perdeu 4,79%; e Bradesco PN caiu 3,94%.
Em Wall Street, destaque para as quedas sofridas por JP Morgan Chase (-7,47%), Bank of America (-5,49%) e Citigroup (-3,90%).
Hoje o mercado promete ter um dia agitado. Antes de o Fomc (o comitê de política monetária do banco central dos EUA) anunciar como fica sua taxa básica, será conhecido o índice de preços ao consumidor americano, o CPI.
Para a taxa básica dos EUA, o mercado projeta que haverá uma redução dos atuais 1% para 0,5% ao ano.
Além dos bancos, as ações de companhias brasileiras ligadas à economia interna, que haviam se destacado na semana passada, encerraram o pregão com fortes perdas.
O papel ordinário da B2W Varejo (empresa resultante da fusão entre Submarino e Americanas.com), que se apreciou em 26,17% na semana passada, fechou ontem com queda de 9,21%. As ações PN das Lojas Americanas caíram 8,70%, e as ordinárias das Lojas Renner recuaram 3,44%.
O índice Ibovespa, principal referência da Bolsa paulista, chegou a subir 0,92% ontem, antes de sucumbir ao cenário externo desfavorável.
A Bolsa de Valores de São Paulo está com alta de 4,7% neste mês. O último mês em que a Bovespa conseguiu encerrar com ganhos acumulados foi em maio, quando se apreciou em 6,9%.
A movimentação financeira no pregão da Bolsa de ontem totalizou R$ 5,17 bilhões. Dessa cifra, R$ 1,547 bilhão veio do exercício de contratos de opções sobre ações.