O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal uma revisão nas taxas de juros cobradas "na ponta", ou seja, aos consumidores. A orientação dada por Lula foi comentada ontem pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que criticou a elevação dos custos financeiros às pessoas físicas e às empresas após o agravamento da crise econômica.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal uma revisão nas taxas de juros cobradas “na ponta”, ou seja, aos consumidores. A orientação dada por Lula foi comentada ontem pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que criticou a elevação dos custos financeiros às pessoas físicas e às empresas após o agravamento da crise econômica. Segundo a ministra, a prioridade do governo será reduzir o custo do dinheiro, ampliar o crédito e manter os investimentos. “Querer obter maior lucratividade em cima da retração brasileira não é correto”, disse.
A ministra frisou que referia-se às taxas de risco e à remuneração cobrada nas operações bancárias. “Me refiro ao spread”, explicou Dilma, alegando que não há justificativa técnica para as elevações que têm ocorrido nas taxas de juros ao consumidor, tanto pessoa física como jurídica. Em dezembro, as taxas de juro para empréstimo pessoal chegaram a 107,6% ao ano, as maiores desde 1999.
O argumento da ministra é que não houve aumento no custo de captação dos bancos por causa da crise e, por isso, não faz sentido a elevação nos juros. Ela questionou por que os bancos brasileiros “que não quebraram” com a turbulência estão aumentando as taxas enquanto os bancos de outros países, muito mais afetados, não seguem na mesma direção. “Quais as razões técnicas de spreads tão elevados? O medo não é técnico”, afirmou.
Ela avalia que uma redução nos bancos públicos poderia levar a uma reavaliação nas taxas dos bancos privados. “Aí é uma questão de competição.” O objetivo, no que diz respeito à Caixa e ao BB, de acordo com a ministra, é “uma revisão no que cobram acima da taxa Selic” (spread).